Sabrina de Branco, eleita recentemente presidente do Sindpacel é a primeira mulher a ocupar a cadeira de um sindicato com 65 anos de história e que acumulou, até 2018, uma gestão predominantemente masculina.

Ela é jornalista e radialista de formação, possui MBA em Gestão Empresarial e Gerenciamento de Projetos, mestre em desenvolvimento e gestão territorial, coach profissional, dentre outras formações, e carrega bagagem uma experiência de dar inveja a qualquer concorrente. Desde 2013 atuando na gestão do Sindpacel, Sabrina de Branco é a nova Presidente da entidade que atua na defesa da sustentabilidade, do desenvolvimento social e econômico e das melhores práticas corporativas e ambientais das indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão, localizadas no Estado da Bahia.

Na entrevista abaixo, fique por dentro do perfil da nova presidente do Sindpacel, que neste dia da mulher, comenta sobre os avanços e as conquistas que o gênero feminino conquistou no mercado de trabalho e na vida.

Profissionalmente, quem é Sabrina?

Sou profissional da área de Comunicação e Relações Institucionais, já trabalhei em veículos de imprensa no Sul da Bahia, assim como em assessorias de imprensa de empresas privadas e órgãos públicos. Ingressei no mundo corporativo em 2008, ocupando o cargo de Coordenadora de Relacionamento Institucional e, posteriormente, Gerente de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável da Bahia Mineração, por onde permaneci por 5 anos e meio, liderando o processo de relacionamento com todas as partes interessadas do Projeto Porto Sul, em parceria com o Governo do Estado da Bahia. Em 2013, ingressei na Bahia Specialty Cellulose, assumindo as áreas de Relações Institucionais, Relacionamento com Comunidades, Comunicação e Responsabilidade Social. Logo, em 2016, duas outras áreas foram colocadas sob minha responsabilidade dentro da empresa: Meio Ambiente e Certificações Florestais. Assim, passei a ocupar o cargo de Gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade. Durante esses cinco anos, muitas mudanças foram notadas em minha área de atuação, especialmente no que tange ao relacionamento com públicos diversos. A BSC passou a ocupar importantes assentos em diversas instituições do setor e fora dele.

O que te motivou a se candidatar para assumir um cargo de direção do Sindpacel?

Na realidade, assumir a presidência do Sindpacel não estava exatamente nos meus planos neste momento. Mas na reunião para a composição da nova chapa diretora, meu nome foi indicado pelos colegas das outras empresas que compõem a atual Diretoria. Embora tivesse ficado surpresa,  foi uma grande demonstração de confiança e reconhecimento por parte das empresas. Isso me motiva ainda mais a desenvolver um bom trabalho à frente do sindicato, e mantê-lo com uma gestão participativa, como vem sendo feito pelo Jorge Cajazeira há tantos anos. Além disso, o Sindpacel hoje é um sindicato que tem feito história. O atual presidente e sua diretoria trabalharam arduamente para elevar a representatividade do nosso sindicato. Isso é muito visível e reconhecido por todos os representantes das empresas do setor. Por isso, meu grande desafio será o de manter essa boa imagem e entrada do sindicato em todas as esferas, em prol da defesa dos interesses do setor.

 O dia 8 de março marca a luta das mulheres pela garantia de direitos. Você acaba de ser eleita a primeira mulher a ocupar a presidência de um sindicato com 65 anos de atuação, o Sindpacel. Como você vê a inclusão das mulheres no mercado de trabalho de papel e celulose?

Historicamente, as mulheres vêm aumentando sua participação no mercado de forma geral. As mulheres têm buscado alçar novos vôos, ocupar novos espaços que até então eram vistos como “masculinos”. O setor de papel e celulose é um excelente exemplo desse avanço. Temos hoje uma mulher como nossa maior representante e referência do setor no Brasil e no mundo. Elizabeth Carvalhaes, presidente da IBÁ, é uma inspiração não só para as mulheres como para todos os profissionais do setor. Hoje, temos grandes executivas de diversas empresas do setor, responsáveis por importantes departamentos. E isso vem aumentando a cada dia.

De que forma, para você, o trabalho feminino contribui para a excelência de uma empresa?

Até mesmo pela comparação com os profissionais do sexo masculino, as mulheres estão a cada dia se preparando mais. As mudanças são visíveis e a tendência é melhorar. Muitas empresas preferem as mulheres para ocupar determinados cargos, muitas vezes pelo nível de detalhes e busca por perfeição que são características da maioria das mulheres. As mulheres se envolvem de corpo e alma em uma missão, não desanimam mediante qualquer obstáculo, são persistentes e resilientes, são criativas e tentam se reinventar a cada momento. Definitivamente, a história das mulheres em cargos de liderança e confiança, está apenas começando.