Cerca de 150 pessoas lotaram o auditório do Hotel Áster, em Alagoinhas, na tarde de 19 de julho, para o seminário Conhecendo o Eucalipto e os Benefícios das Florestas Plantadas. O evento contou com as presenças de Paulo César Sentelhas, professor e doutor de Agroclimatologia da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), e de Carolina Bozetti Rodrigues, doutora em Ciências, umas das responsáveis pelo Promab (Programa de Monitoramento e Modelagem de Bacias Hidrógráficas), além de consultora do Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais). Realizado pela Bracell, o evento reuniu representantes do poder público, lideranças comunitárias, estudantes e outros interessados no assunto.

Também presente ao evento, o economista Wilson Andrade, diretor executivo da Abaf (Associação Baiana das Empresas de Base Florestal), traçou um panorama da atividade florestal no estado. Ele destacou a oportunidade representada pelo setor para a economia, inclusive por atrair investimentos, empregos e renda para regiões fora dos grandes centros urbanos. “O mundo vai precisar ainda mais de madeira em 2050; a Bahia e o Brasil precisam decidir se desejam absorver esta demanda ou se a deixarão para outros países e regiões”, disse.

Paulo Sentelhas falou sobre os aspectos climáticos do agreste baiano e litoral norte, mostrando como eventuais alterações no clima no mundo, no Brasil e na região precisam ser avaliadas sempre considerando questões locais e globais, inclusive a evolução do sistema solar. Segundo ele, é importante observar os ciclos históricos de alteração climática para obter informações precisas e corretas e não apenas eventos isolados de determinada região.

Quanto à relação entre eucalipto e água, o pesquisador destacou que o cultivo sustentável de florestas, com técnicas que respeitam critérios técnicos e ambientais, ajuda a manter os recursos hídricos. “Onde mais se planta mais se tem chuva e, assim, se renova o fluxo de água”, explica.

Carolina Rodrigues, por sua vez, falou sobre o eucalipto no contexto da bacia hidrográfica da região. A pesquisadora lembrou que é uma prática comum das empresas certificadas de base florestal, como a Bracell, conhecer a fundo as regiões onde mantêm seus plantios a fim de adequar os tipos de clones a serem utilizados e o tipo de manejo a ser realizado, assegurando a sustentabilidade das operações.

Mouana Fonseca, gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade, e Meryellen Oliveira, coordenadora de Meio Ambiente e Certificações, apresentaram os investimentos socioambientais e de infraestrutura, além dos programas ambientais desenvolvidos pela Bracell no território de atuação da empresa.

Entusiasmado com a presença do público, Bruno Felix, gerente florestal da Bracell, ressaltou os esforços e iniciativas da empresa em evoluir no seu processo de produção, aproximando-se cada vez mais das comunidades vizinhas. Ele assegurou que o evento não será o único. “Faremos novos encontros para ouvir as aspirações, demandas, elogios e críticas e também para levar as informações oficiais da empresa como sempre deve ser, de forma franca e transparente”, disse.