Generosas: pesquisa mostra que as árvores são um ótimo negócio para a qualidade de vida e os cofres de uma cidade.

Quanto valem as árvores de uma cidade? Não é fácil responder a essa pergunta. Mas os pesquisadores tentam. O motivo? Muito mais do que embelezar a paisagem, as árvores garantem sombra, ajudam a controlar a poluição do ar, reduzem o impacto de enchentes e, de quebra, tornam os imóveis de um lugar mais atraentes.

Ou seja: elas oferecem, generosamente, uma série de serviços ambientais que melhoram a qualidade de vida das pessoas, mas como não têm um “preço”, seu valor nem sempre é reconhecido. Quem se aventura a calculá-lo, porém, pode se surpreender. Foi justamente o que fez um grupo de pesquisadores do Serviço Florestal dos EUA e da Universidade da Califórnia em Davis.

Em pesquisa recente publicada no periódico científico Urban Forestry & Urban Greening, eles estimam que as árvores que ladeiam as ruas das cidades do estado da Califórnia contribuem com cerca de US$ 1 bilhão por ano em economia para os cofres públicos — quase US$ 111 por cada uma dos 9,1 milhões de espécimes que permeiam as áreas urbanas do estado (sem considerar os parques naturais).

Atualmente, existe uma árvore para cada quatro habitantes da Califórnia. Mas, a pesquisa sugere que há espaço para plantar mais 16 milhões, se os governos locais abraçarem a ideia.

Difícil não querer, diante dos vultosos dividendos que as árvores rendem: US$ 10,3 milhões em armazenamento de carbono; US$ 18,1 milhões na remoção de poluentes do ar; 41,5 milhões na prevenção de enchentes e incríveis US$ 101 milhões em economia de de energia para aquecimento e resfriamento. Como se não bastasse, as árvores elevam os valores de propriedade de imóveis da região em quase US$ 838 milhões.

Se resta alguma dúvida de que as árvores são um ótimo negócio para as pessoas e os cofres públicos, elas certamente desaparecem diante do fato de que para cada US$ 1 gasto no plantio e manutenção de uma árvore da rua, ela retorna em média US$ 5,80 em benefícios para a Califórnia. É ganhar ou ganhar, 24 horas por dia, 365 dias por ano.
(Fonte: Exame | 24.06)