A partir de um diagnóstico, a Fibria estruturou a gestão de iniciativas de digitalização da floresta no Projeto Floresta Inteligente. Liderado pela área Florestal, foi criada uma arquitetura de coleta, comunicação, análise e disponibilização de dados, em que todas as ações de novas tecnologias são centralizadas no Projeto Floresta Inteligente.

“As florestas plantadas são o ponto de partida na cadeia produtiva da Fibria. A madeira fornece a matéria-prima para a produção de celulose, energia elétrica e, cada vez mais, os insumos para o desenvolvimento de novos produtos e aplicações. Iniciamos esse diagnóstico ainda em 2015 e levamos o conceito de Indústria 4.0 para a floresta. São tecnologias utilizadas no dia a dia aplicadas ao campo que melhoram a disponibilidade de dados para tomada de decisão, trazem ganhos à produtividade, à segurança e o desenvolvimento dos empregados”, diz Caio Zanardo, diretor Florestal da Fibria.

São quatro frentes de implementação de novas tecnologias: plantio (Silvicultura), colheita, logística de madeira e análise sistêmica de dados. Mais de 50 projetos já foram implantados e os resultados podem ser aferidos em diversos deles.

“Existem algumas megatendências mundiais que possuem elevada probabilidade de impacto no ambiente florestal. Mudanças demográficas (urbanização), mudanças climáticas, escassez de recursos e eficiência energética, que podem ser mitigadas ou otimizadas com o uso de novas tecnologias, seja na gestão dos ativos florestais (terra, floresta e máquinas), na gestão de insumos e na gestão comportamental (pessoas, segurança e produtividade)”, afirma Luiz Eduardo Sabbado, gerente de desenvolvimento operacional florestal da Fibria.

Caminhões com Telemetria

A área de Logística Florestal atingiu, nos últimos cinco anos, redução de 43% na taxa de acidentes com afastamento e 60% na taxa de acidentes com e sem afastamento. As principais causas dessa redução são o treinamento de motoristas e o uso de tecnologia de precisão no acompanhamento das operações. Em 2016 foi atingida a marca de 100% da frota com telemetria. Para melhorar o trânsito na fábrica, a Fibria criou um sistema automatizado de entrada de caminhões na unidade de Três Lagoas (MS). Semelhante a um sistema de pedágio de cobrança automática, a tecnologia New Log Track garante que a unidade receba e rastreie um caminhão de madeira a cada três minutos sem filas ou engarrafamentos.

Torres de videomonitoramento de incêndios

A Fibria possui mais de um milhão de hectares de florestas em sete estados brasileiros, entre florestas plantadas e áreas de conservação ambiental (matas nativas). O fogo é um risco sempre ameaçador para a floresta, pessoas e biodiversidade. Para reduzir o tempo de resposta aos alarmes de fogo, foram instaladas torres equipadas com câmeras de vídeo para detecção de focos de incêndio. Até 2017, 50 torres foram instaladas nas unidades de Três Lagoas (MS) e Aracruz (ES), com alcance de até 20 km. A Fibria adota uma política de prevenção de incêndios florestais que dá grande ênfase à conscientização de vizinhos, parceiros, terceirizados e participantes de nossos programas sociais.

A prevenção, no entanto, não afasta todos os riscos. A Fibria mantém em suas áreas de cultivo equipes de brigadistas preparadas, que dependem de um rápido alerta para conseguirem combater os focos ainda em seu estágio inicial. As câmeras em torres são uma ferramenta valiosa nesse combate. Em 2017, a área total atingida por incêndio florestal caiu 46% em relação a 2016. Em relação a 2015, a queda foi de 94%.

Viveiro automatizado

Primeiro viveiro automatizado de mudas de eucalipto do mundo, na Unidade de Três Lagoas (MS). Com uma área de 48 mil metros quadrados e capacidade para produzir 43 milhões de mudas de eucalipto por ano. Opera como uma espécie de “fábrica de mudas”, o viveiro conta com 24 robôs que realizam a seleção, plantio, diagnóstico das mudas e até o embarque automático para o transporte, tudo com base em inteligência artificial. A tecnologia foi importada da Holanda, onde já é usada para o plantio automatizado de mudas de flores. Esse modelo permitirá à Fibria ter uma produtividade três vezes maior do que um viveiro tradicional.

A qualidade das mudas produzidas pelo processo automatizado é melhor que o tradicional, com um custo de produção cerca de 25% menor. Além disso, o viveiro automatizado incorpora conceitos de sustentabilidade na sua operação: os tubetes em que são plantadas as mudas são de papel biodegradável e não mais de plástico, o que gera redução de resíduos, menor consumo de água e menor impacto ambiental.

 Tecnologia LIDAR 

É uma tecnologia inovadora em medição de áreas, relevo e árvores para inventário. Faz censo da floresta através da captura de dado por sensor laser e depois analisados por software especializado. Este projeto, iniciado em 2011 na unidade Florestal de São Paulo com o objetivo de melhoria na precisão da medição das áreas e caracterização do relevo, foi indispensável na implantação da colheita mecanizada em áreas com inclinação até 33º, com dados de relevo embarcado, por meio de mapas digitalizados, para maior segurança nas máquinas de colheita. A Fibria reduziu em 12% o custo de monitoramento e atualização de áreas, além de viabilizar inúmeros projetos de modernização que resultaram no aumento de 1,2% de nossa área plantada.