“Uso múltiplo sustentável” das florestas plantadas foi o tema central do IV Congresso Brasileiro de Eucalipto (IV CBE) que aconteceu em 07 e 08 de agosto na sede da Fieb, em Salvador (BA). O evento, que foi organizado e promovido pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), em parceria com o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro/ES), reuniu importantes palestrantes, autoridades, dirigentes de governo, acadêmicos (presença de quatro universidades que tem cursos florestais que apresentaram 54 trabalhos técnicos), diretores de empresas, entre outros participantes (cerca de 300) de 15 estados do Brasil e de 30 cidades baianas.

A importância do evento também se pode medir pela presença de diversas autoridades locais e nacionais, a exemplo do diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Sr. Valdir Colatto; do presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas do MAPA, Sr. Walter Rezende; do presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Sr. Paulo Hartung; e do Secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), Sr. Lucas Teixeira Costa.

“Nós precisamos investir em políticas públicas, como regularização de terras e áreas para que os cultivadores possam expandir. A indústria tem um potencial enorme e quer implantar mais núcleos de beneficiamentos. A gente está articulando para que isso aconteça”, declarou o secretário Lucas Costa. Para o secretário, a realização do evento em Salvador é uma demonstração da força da Bahia no segmento. “Em eventos como esse a gente difunde a tecnologia, auxilia o investidor a produzir ainda mais. Eu acredito que a gente consiga aqui, compartilhar muita tecnologia, mostrar os resultados de pesquisas das indústrias. O Estado também está articulando para introduzir o consórcio entre o eucalipto e a pastagem, já temos três referências técnicas na Bahia e o nosso interesse é termos mais de dez, para que o produtor possa visualizar essa tecnologia que tem ajudado muito”.

O presidente da Ibá, Paulo Hartung, afirmou que a Bahia assumiu o protagonismo no segmento não apenas pela produtividade, mas também por reunir importantes players da indústria. “A Bahia é uma das regiões ímpares que trabalham o cultivo de árvores para fins industriais. Uma coisa bacana que acontece na Bahia é que esse plantio vem sendo feito em áreas degradadas, que já foram utilizadas em outras atividades com menor valor agregado. Ou seja, onde entrou esse plantio, melhorou-se a qualidade de vida na região. Um evento como este reforça a importância da Bahia e abre espaço para discutir temas importantes para que o setor possa dar novos passos na Bahia e no Brasil”, completou.

Já o presidente da ABAF, Moacir Fantini avaliou que o evento é uma oportunidade muito importante para o setor florestal da Bahia. “A partir deste evento, saem expectativas e oportunidades para continuar pensando no desenvolvimento do negócio do eucalipto, seja para a grande indústria, seja para o pequeno produtor ou processador da madeira plantada”.

“Ficamos satisfeitos com a qualidade dos palestrantes e do profissionalismo do evento como um todo. Tudo isso, inclusive, foi atestado pelas avaliações positivas feitas pelos participantes e reforçam o sucesso do evento que pretendemos repetir em dois anos”, declarou Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.

Bahia Florestal – O evento também marcou o lançamento do Bahia Florestal 2019 – relatório ABAF com os principais indicadores do setor florestal na Bahia que se encontra disponível no site da ABAF (http://www.abaf.org.br/sintese-do-setor-florestal-na-bahia/). O documento que apresenta um panorama completo da cadeia produtiva de base florestal no estado da Bahia (e com referências ao Brasil) foi feito com a cooperação das empresas (e associações de produtores) associadas à ABAF e teve dados compilados pela STCP Engenharia de Projetos Ltda.

CBE – O objetivo principal do congresso foi discutir e sugerir alternativas que removam os principais obstáculos ao desenvolvimento do setor de florestas plantadas, bem como mostrar os avanços tecnológicos e as novas exigências de mercado e de oportunidades de negócios.

O tema central do congresso está em sintonia com o trabalho que a ABAF vem desenvolvendo na Bahia. “Além de informar sobre importantes tópicos para a diversificação e sustentabilidade da atividade agropecuária, o objetivo da ABAF é estimular a produção e processamento da madeira plantada. A Bahia ainda não produz (e processa) a madeira plantada suficiente para atender a demanda do estado e muito disso se dá pela falta de conhecimento sobre o setor. Trabalhamos, inclusive, para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda por móveis, peças e partes de madeira na Bahia – hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros. E este é um dos temas trabalhados pelo nosso Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS)”, acrescenta Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.

“O Congresso Brasileiro de Eucalipto é um dos mais importantes fóruns brasileiros de inovação tecnológica, atualização e intercâmbio técnico e empresarial que integra os agentes da cadeia produtiva da madeira, representados pelos segmentos de insumos, produção, logística, indústria, comercialização, exportação e pelas instituições de crédito, pesquisa, extensão, ensino, fomento entre outros”, explica Gilmar Dadalto, presidente executivo do Cedagro. Mais informações: http://www.congressoeucalipto.com.br/index.php

A ABAF – A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Por isso, a ABAF fomenta a pesquisa, investe na coleta e tabulação de dados, a exemplo do anuário Bahia Florestal. A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira utilizada é plantada e é considerada uma matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida humana. Atualmente tem como associados: Aiba, Aspex, Assosil, Bracell, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Ponsse, Proden, Sineflor, Suzano, Veracel e 2Tree.