A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) reforça seu posicionamento em nome do setor que representa na Bahia tendo em vista as agressões ocorridas nesta terça, dia 02 de julho (confira links abaixo), quando pessoas foram feridas, ameaçadas e humilhadas, além de carros terem sido depredados e incendiados por um grupo invasor.

A ABAF acredita que é necessário investigar e punir os responsáveis por este fato que não cabe mais nos dias de hoje, pois nada justifica a violência. Este tipo de ocorrência prejudica as pessoas, a produção, as empresas e a atração de investimentos tão necessários para a economia da Bahia e do Brasil.

A ABAF reitera ainda que as suas empresas associadas cumprem rigorosamente as legislações vigentes, os mais altos padrões nacionais e internacionais de qualidade de produto e serviços, garantindo o compromisso com a segurança das pessoas, com a sustentabilidade e com o meio ambiente. O setor florestal é referência nas exportações, na geração de emprego, distribuição de renda, qualificação de mão de obra, no uso de inovação e tecnologia, investimentos em programas socioambientais e na preocupação com o desenvolvimento das comunidades do entorno das suas operações. Além disso, os investimentos florestais ocorrem em quatro regiões distintas da Bahia e isso contribui para a desconcentração da atividade econômica no estado (as plantações florestais na Bahia estão localizadas no Sul, Sudoeste, Litoral Norte e Oeste).

A Bahia contribui ativamente para o desenvolvimento do setor de base florestal nacional. O estado possui 700 mil hectares de plantações florestais e as empresas associadas da ABAF reúnem mais de 500 mil hectares com ecossistemas florestais nativos que são destinados à proteção e preservação ambiental. Em resumo, o setor tem 0,7 hectare preservado para cada hectare de produção, portanto mais que o dobro pelo exigido pelo Código Florestal brasileiro.

Quanto ao comércio internacional, o setor tem sido historicamente um dos principais da economia baiana. Em 2018, por exemplo, foi responsável por 18,4% do total das exportações do estado, contribuindo de maneira significativa no saldo positivo da balança comercial do estado.

Considerando a cadeia produtiva do setor florestal-industrial na Bahia, o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu R$ 14,2 bilhões em 2018. O setor contribuiu com mais de 5% do PIB estadual, no mesmo ano.  Estima-se que a arrecadação tributária do setor foi superior a R$ 4 bilhões em 2018, o equivalente a 4,3% do total arrecadado na Bahia. Tais números mostram que a participação do setor na economia local é representativa.

Tudo isso também se dá porque o setor de base florestal tem alavancagem de diversos outros segmentos que demandam madeira nos seus processos produtivos, a exemplo da construção civil, da indústria de papel e celulose, a metalúrgica, energia de biomassa, a secagem de grãos do agronegócio, madeira e móveis, pellets (concentrado de madeira para exportação), entre outros.

A economia brasileira lentamente está voltando a crescer e isso é muito positivo para que possamos, inclusive, acompanhar a demanda mundial de produtos oriundos das florestas plantadas. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), o mundo tem um grande desafio: plantar 250 milhões de hectares adicionais de florestas para atender a demanda crescente por madeira e os produtos dela provenientes até 2050.

Mas existem entraves a serem resolvidos: segurança jurídica – evidenciada pelos acontecimentos do dia 02/07 – que implica nos direitos e na proteção dos trabalhadores, dos investidores privados e das suas plantações; estabelecimento e liberação dos créditos fiscais; licenciamento ambiental e geoeconômico mais eficiente e de resposta rápida; liberação de controle e oportunidade de captação de investimentos estrangeiros em projetos agroindustriais; maior agilidade e competência para registro de defensivos agrícolas e melhor logística da madeira e dos produtos acabados são alguns deles.

É importante que o Brasil – e a Bahia – se preparem para acompanhar e atender parte dessa demanda mundial por produtos de base florestal. Temos todas as condições favoráveis para isso: alta tecnologia empregada no setor, disponibilidade de terra para novos plantios (temos cerca de 200 milhões de hectares de terras degradadas que, em parte, podem receber novas florestas plantadas) e excelentes condições de produtividade de madeira.

Conclamamos os líderes de toda a sociedade civil e autoridades governamentais a, juntos, buscarmos os melhores caminhos para continuar trabalhando e contribuindo para o desenvolvimento e crescimento da Bahia e do Brasil. Estejamos unidos neste novo momento de renovação da esperança e de crescimento do mercado mundial. Precisamos estar atentos e tomar providências para que fatos como este ocorrido em 02/07 não mais se repitam, pois todos precisamos e temos o direito de trabalhar com tranquilidade.

Leia sobre o fato:

https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/vigilantes-ficam-feridos-em-ataque-apos-reintegracao-de-posse-na-bahia/

https://www.atarde.uol.com.br/bahia/noticias/2072133-funcionarios-de-empresa-sao-atacados-durante-reintegracao-de-posse-em-eunapolis