“É inconcebível construir uma casa sem a madeira nos Estados Unidos”. A afirmação é do CEO da Associação Nacional de Construtores dos Estados Unidos da América (EUA), Gerald Howard. Durante uma conversa com a Corporação Chilena da Madeira (Corma), ele disse que “a madeira é, de longe, o mais importante material de construção nos Estados Unidos. Quase todas as casas familiares são feitas de madeira e, mesmo aquelas com paredes de tijolos ou pedras, têm elementos estruturais de madeira.

De acordo com o CEO, esse tipo de material é o mais valorizado pelos consumidores norte-americanos e ressaltou, ainda, que para os compradores de casas no país, a madeira é a única possibilidade. “Ninguém considera que dentro do edifício não terá madeira”, disse. Mas a madeira não é a única preocupação dos americanos. Segundo ele, os consumidores têm exigido cada vez mais madeira proveniente de florestas sustentáveis, e esta é uma tendência que está crescendo a cada dia.

Questionado sobre as novas áreas de negócios que podem surgir entre os EUA e o Chile, Howard destacou que o país da América do Sul é o que tem maior potencial em especial a madeira macia, como o pinus. Com relação aos produtos florestais, ele declarou que “há oportunidades para qualquer qualidade de produto da madeira nos Estados Unidos, tanto para a construção como elementos estruturais, como para revestimentos ou sobreposições para embelezar as casas”.

Por fim, ele falou sobre as florestas do mundo e ressaltou que os Estados Unidos têm criado regulamentos para o corte das árvores, o que resulta em uma menor oferta do produto interno. Sobre o principal fornecedor dos EUA, o Canadá, Howard afirmou que há um declínio progressivo das importações por novas restrições ao comércio com o país. “Neste contexto, o Chile tem a chance de assumir a liderança no mercado dos EUA”, completou.

O executivo visitou as indústrias madeireiras do Sul do Chile a convite do programa de fomento às exportações chilenas do Ministério das Relações Exteriores do Chile, ProChile.

Brasil está atento ao crescimento da demanda norte-americana

Principal destino dos produtos brasileiros de madeira, ao lado dos países europeus, os Estados Unidos aumentou em 2016 o volume de compra de itens fabricados por aqui como compensado de pinus e madeira serrada de pinus. No ano passado, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), 28,3% das vendas para o mercado externo de compensado de pinus foram para os Estados Unidos de um total de 1,73 milhão de m³. No ano anterior, o país ficou com 17% dos embarques brasileiros desse produto. Já no caso da madeira serrada, 42,3% das exportações foram direcionadas para aquele país em 2016, contra 36,23% no ano anterior. Os americanos também aparecem como principais compradores da indústria brasileira em produtos como madeira serrada tropical (21,1%), pisos (61,2%) e portas (71%).

Segundo a Associação, o crescimento do volume comercializado no exterior se deve, em parte, pela recessão da economia brasileira, que levou muitos fabricantes a buscarem a internacionalização. A recuperação da construção civil nos Estados Unidos desde 2014 também tem influenciado nos resultados. Apesar disso, o setor afirma que faturou menos por conta do aumento nos custos de produção, queda nos preços internacionais, além de ser menos competitivo quando comparado a outros países. “Registramos uma evidente diminuição de lucratividade nas empresas e maior pressão comercial nos mercados compradores”, avalia o presidente da Abimci, José Carlos Januário.

Por Maureen Bertol para o Portal Madeira e Construção