Faz-se crescente ao longo das gerações a maior consciência sobre a importância de se ter florestas (naturais e plantadas) em equilíbrio com outros usos da terra. Notadamente por prover recursos madeireiros, frutos, equilíbrio térmico, captura de gases do efeito estufa e outros. A Suzano, empresa de base florestal plantada, conhece bem a importância das árvores, não apenas do eucalipto cultivado para a produção de celulose, mas também das árvores nativas, que contribuem para o equilíbrio do ecossistema.

Desde 2010, a empresa vem contribuindo para enriquecer a cobertura florestal natural em municípios onde desenvolve suas atividades, via restauração/recomposição ambiental, que consiste basicamente em plantio e manejo ativo das áreas naturais por meio de técnicas de silvicultura.

Somente nos estados do Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais, que concentram a atuação das unidades Aracruz/ES e Mucuri/BA, já são mais de 18,7 mil hectares de áreas em restauração implantadas em 24 municípios. Dentre os 18,7 mil hectares em processo de restauração nas unidades Aracruz e Mucuri, até o final de abril deste ano, 44,5% estão no Sul da Bahia, 36% no Espírito Santo e 19,5% em Minas Gerais.

Ao longo deste breve histórico, foram plantadas nessas áreas mais de 8,8 milhões de mudas de espécies nativas. As mudas utilizadas nos processos de restauração ambiental são adquiridas localmente de viveiros comerciais e de viveiros comunitários localizados na Bahia e no Espírito Santo. Para o plantio, a companhia prioriza mão de obra local, conta com a expressiva energia de comunidades locais e também mantém convênios com universidades, instituições governamentais, clientes e ONGs, como a The Nature Conservancy (TNC) e WWF (World Wild Fund for Nature), buscando aperfeiçoar os métodos de restauração e otimizar os recursos destinados ao programa.

Deste contexto, expressão e articulações, o programa de restauração da Suzano desponta como um dos mais notórios da iniciativa privada em território nacional. Com isso, as responsabilidades são proporcionalmente importantes. Empregamos diversas tecnologias como o uso de ferramentas de sensoriamento remoto, a partir de imagens de satélite, drones e LIDAR (do inglês Light Detection And Ranging), a fim de gerir e monitorar nosso processo.

Também implantamos, em grande escala, técnicas desenvolvidas por pesquisas universitárias. Ainda assim, os desafios básicos permanecem. Há escassez de conhecimento em recuperação de nativas em grande escala, em todo o processo: desde a preparação de solo até o monitoramento de áreas implantadas após alguns meses.

O Brasil tem se projetado como protagonista no tema de restauração florestal nativa, e a Suzano quer ser parte ativa nesse contexto. É necessário que se avance em técnicas e tecnologias para restauração em grandes escalas. Ir além de áreas piloto ou pesquisa é fundamental para que possamos, enquanto nação, materializar efetivamente a recuperação de áreas degradadas via plantio e/ou manejo de espécies naturais. Um dos indicadores básicos para esta afirmação é o econômico: o custo por hectare na restauração natural é normalmente duas vezes maior quando comparado à silvicultura de eucalipto. Em algumas situações, até dez a quinze vezes maior.

A restauração ambiental com nativas detém grande oportunidade ainda a ser capturada com estoque, reconhecimento e comercialização de créditos de carbono. Mecanismos existentes ou criados nos trazem a certeza de que há diversos espaços para se criar e inovar, agregando valor a uma atividade que reverbera impactos positivos para além do plantio de espécies nativas de árvores em linha com o que acreditamos aqui na Suzano: só é bom para nós se for bom para o mundo.

Por:

Yugo Matsuda

Gerente de Meio Ambiente Florestal da Suzano