O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA) realizou de 18 a 20 de julho, em Salvador (BA), a 3ª Reunião da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF). O evento aconteceu no mês em que os profissionais comemoram o seu dia e reúne coordenadores e conselheiros regionais de todo país. Na ocasião, em 19/07, o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, compartilhou dados sobre o segmento de florestas plantadas na Bahia e no Brasil.

O objetivo do encontro foi discutir assuntos relacionados a fiscalização e fortalecimento da profissão, visando manter a qualidade do exercício profissional e a troca de experiências entre os CREAs, além da realização de ações conjuntas com o setor empresarial. “Foi um momento de discussão sobre a atuação profissional do Engenheiro Florestal, incluindo assuntos relacionados aos cursos de graduação, fiscalização da atividade profissional, tanto para profissionais autônomos como para empresas, fortalecimento da Engenharia Florestal em âmbito regional e nacional, entre outras demandas do Sistema Profissional”, acrescentou o Coordenador Nacional, Eng. Ftal. José  Roberto da Silva.

O evento foi divido em três momentos: nos dois primeiros dias foram apresentadas as demandas regionais, os assuntos mais relevantes que ocorrem nos CREAs de todo país, problemas e desafios enfrentados pela fiscalização envolvendo as atividades do Engenheiro Florestal, além de palestras abordando o setor florestal na Bahia e no Brasil e orientações sobre o Sistema Nacional de Controle de Produtos de Origem Florestal, entre outros temas.  O último dia do evento (20) foi dedicado à elaboração de propostas baseadas nas demandas apresentadas, realizadas por grupos de trabalho formados ao longo do evento. As propostas aprovadas serão encaminhadas para Comissão de Ética e Exercício Profissional (CEEP) do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) para serem a analisadas e deliberadas.

Escolhida no Encontro de Líderes em janeiro deste ano para sediar o evento, a Bahia ainda não possui Câmara Especializada de Engenharia Florestal. “A ideia da reunião em solo baiano motiva ainda mais os representantes de Entidades de Classe e demais profissionais a buscarem maior participação dos Engenheiros Florestais no conselho regional, com a possibilidade de criação da Câmara Especializada futuramente. Com participação e organização no conselho regional a profissão se fortalece e todos se beneficiam”, conforme mencionou o conselheiro regional representante da Bahia, Eng. Ftal. Dalton Longue Júnior.

Programas e parcerias

Desde a sua fundação (em 2004) a ABAF procura manter um diálogo – além de suas associadas – com os elos da cadeia produtiva, com as comunidades direta ou indiretamente influenciadas pela atividade de base florestal, com a sociedade civil organizada, com os Governos e parlamentares para sedimentar os alicerces para um crescimento ordenado e virtuoso. A cada ano cresce a influência da ABAF que mantém representações em mais de 40 conselhos e entidades estaduais e federais.

“A ABAF atualiza sua agenda com entidades nacionais e estaduais, de forma a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da Bahia, principalmente nas regiões mais distantes. Além disso, nosso objetivo é contribuir com a formulação de normas, leis e diretrizes. Assim, a colaboração entre os representantes das empresas associadas é a força da ABAF”, acrescenta Andrade.

Além disso, a ABAF apoia ou coordena programas que buscam incrementar o setor (e o agronegócio) na Bahia. Um bom exemplo é o programa “Ambiente Florestal Sustentável” (PAFS), lançado no final de 2016 como ampliação do “Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda” (PFCLP), lançado pela ADAB e ABAF em 2015. Após intenso trabalho em mais de 2 anos, o PAFS percorreu mais de 140 mil quilômetros; realizou cerca de 130 treinamentos em aproximadamente 120 comunidades; instruiu e orientou cerca de 5 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região e estudantes.

O PAFS vem trabalhando temas relativos à educação ambiental em diversas comunidades rurais: Uso Múltiplo da Floresta Plantada/Programa Mais Árvores Bahia; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Plano ABC; Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal, além de manter o Programa Fitossanitário de Pragas.

Para isso foi elaborado um amplo programa de comunicação e foi montada e orientada uma equipe de três engenheiros (agrônomos e florestais) que vem trabalhando com uma estrutura formada por veículos, equipamentos audiovisuais, campanha publicitária e material informativo. “O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB; Sindicados Rurais da FAEB/Senar; Associação de Produtores de Café, Frutas, Pecuária; e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente”, explica Paulo Andrade.

Outros exemplos – A ABAF com o Governo do Estado da Bahia (através da Secretaria do Meio Ambiente) e do Ministério Público da Bahia – Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama) -, além do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente (NUMA) apoia a campanha contra o roubo e a queima de madeira nativa (Mata Atlântica) e eucalipto para a produção ilegal de carvão vegetal. A ação “Carvão ilegal é crime”, que teve início em novembro de 2011, tem por finalidade conscientizar a população para os danos irreparáveis ambientais, sociais e econômicos que essa ação ilegal traz para os municípios envolvidos e para o Brasil.

O Programa Mais Árvores Bahia é outra iniciativa da ABAF em parceria com uma série de entidades ligadas à agricultura, indústria e à qualificação de mão de obra. Busca incentivar o pequeno e médio produtor a investir no plantio, manejo e processamento da madeira de florestas comerciais para uso múltiplo.  Prevê a implantação em quatro polos na Bahia – Litoral Norte, Sul, Sudoeste e Oeste. O programa trabalha, ao mesmo tempo, com os três vértices: produtores de madeira; compradores e processadores de madeira; e consumidores finais (através das revendas de madeira, indústrias de móveis e construção civil). Com isso, visa atender também a demanda por móveis, peças e partes de madeira para construção civil na Bahia – hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros.

“Temos, ainda, a cooperação com a Sema e o Inema na formulação de propostas para o aperfeiçoamento das normas de licenciamento ambiental no Estado da Bahia”, acrescenta Andrade.