Produtores, secretários da pasta de agricultura e meio ambiente de municípios do Extremo Sul da Bahia, professores universitários e diretorias de diversas empresas de base florestal compareceram, na manhã desta quarta-feira (31/11), ao auditório da CEPLAC em Teixeira de Freitas (BA) para mais uma Reunião da Comissão Técnica Regional (CTR) do Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS).

 

O evento é mais uma parceria da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) na promoção do PAFS que vem ganhado força e credibilidade desde sua primeira reunião que teve, por finalidade, definir o plano de manejo para efetivo controle da Lagarta Parda, através de defensivos biológicos, visando preservar o ecossistema local.

 

A abertura da reunião foi feita pelo coordenador do evento, Epaminondas Júnior (ADAB/Eunápolis) que solicitou a leitura da pauta e, depois passou a palavra para o Diretor Executivo da ABAF, Wilson Andrade. O diretor da ABAF dissertou sobre o avanço e evolução do PAFS e os benefícios sociais e econômicos que podem ser potencializados a partir da progressão desta iniciativa. “Pelo menos 5.5 mil pessoas da base do agronegócio na região já foram treinadas e estão capacitadas a respeito dos itens que o programa trabalha”, disse.

 

Um dos temas abordados na reunião – e que mais chamou a atenção dos presentes – foi a proposta da criação de um Polo Madeireiro. Hoje, cerca de 80% de toda madeira consumida do Estado vem de outras regiões, mas poderia ser produzida na Bahia gerando mais riqueza para os baianos. “Toda a cadeia produtiva em torno dessa matéria prima se beneficiaria inclusive os pequenos e médios produtores e processadores de madeira gerando emprego, renda, impostos e demanda por produtos e serviços”, informa Andrade.

 

“Essa reunião é fundamental porque é nosso momento de baliza. Nós apresentamos aqui os resultados e também avaliamos o que precisamos fazer. Também comemoramos os resultados, pois os efeitos do programa são incríveis. Temos visto um grande crescimento do setor produtivo florestal na região, principalmente com a integração floresta, agricultura e pecuária; com o pequeno, o médio, o grande, ou seja, todos participam. O estado fica muito contente com essa integração”, declarou Rosângela Knupp, diretora da ADAB.

 

“De uma crise é que surgem as soluções. A Lagarta Parda há algum tempo, causou uma crise. Ela ameaçou diversas cultura, mas essa crise deu vida ao Programa Ambiente Florestal Sustentável que eu vejo com bons olhos. Diante deste problema, se uniram as forças do Estado através da Seagri, da Adab, dos sindicatos, dos produtores e das empresas, através da ABAF. Eu fico entusiasmado quando a gente quebra paradigmas. Muitas pessoas na área rural estão envolvidas no programa que tem tirado o receio de se unir a produção com o meio ambiente. E isso é fundamental. Esse é um programa exemplar porque a gente vê o resultado dessa união e do trabalho pela sustentabilidade” , declarou Dorivaldo de Almeida Neves, Secretário de Agricultura de Teixeira de Freitas e Presidente do Sindicato de Produtores Rurais.

 

Também estiveram representadas, as principais Empresas de Base Florestal, entre elas a Caravelas Florestal, Fíbria, Suzano, Veracel e Locasérvice. Esta foi a 8ª reunião do Programa que, a princípio, foi chamado de Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda no Estado da Bahia. O lançamento aconteceu no dia 02 de outubro de 2015 com a participação da Seagri, da Adab e da ABAF. Na ocasião, o seminário reuniu mais de 170 pessoas, no Salão de Leilões (Tartesal) do Parque de Exposições de Teixeira de Freitas (BA).

 

O que começou como um esforço conjunto na intenção de controlar a Lagarta Parda evoluiu e hoje o PAFS trabalha diversos outros temas como: uso Múltiplo da Floresta Plantada; a regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais; Integração Lavoura, Pecuária e Floresta /Agricultura de Baixo Carbono; Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal e Programa Fitossanitário de Controle de Pragas.

 

O PAFS conta com uma equipe de engenheiros (agrônomos e florestais) que vem trabalhando com uma estrutura formada por veículos, equipamentos audiovisuais, campanha publicitária e material informativo. Após intenso trabalho em quase três anos, o PAFS percorreu 180 mil quilômetros; realizou 150 treinamentos em aproximadamente 140 comunidades; instruiu e orientou cerca de 5,5 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região e estudantes.

 

“O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB; Sindicados Rurais da FAEB/Senar; e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente. Acreditamos que a responsabilidade de uma produção rural sustentável tem que ser de todos nós”, informa Paulo Andrade, coordenador do programa.

 

“Além de informar sobre esses oito importantes tópicos para a diversificação e sustentabilidade da atividade agropecuária, o objetivo da ABAF com este programa é estimular a produção e processamento da madeira plantada. A Bahia ainda não produz (e processa) a madeira plantada suficiente para atender a demanda do estado e muito disso se dá pela falta de conhecimento sobre o setor. Trabalhamos, inclusive, para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda por móveis, peças e partes de madeira na Bahia – hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros”, acrescenta Wilson Andrade.

 

Florestas plantadas – O setor, além dos aspectos econômicos, gera impacto positivo no que diz respeito ao meio ambiente, compromisso social e qualidade de vida. Árvores plantadas são cultivadas atendendo a planos de manejo sustentável que tem como objetivo reduzir os impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas. Plantadas para evitar a pressão e degradação de ecossistemas naturais, as florestas contribuem ainda para o fornecimento de biomassa florestal, lenha e carvão de origem vegetal. Os plantios de árvores desempenham importante papel na prestação de serviços ambientais: evitam o desmatamento de habitats naturais, protegendo assim a biodiversidade; preservam o solo e as nascentes de rios; recuperam áreas degradadas; são fontes de energia renovável e contribuem para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa por serem estoques naturais de carbono.