Representantes de diversos órgãos governamentais da Bahia e Brasil, empresários, agentes financeiros e da academia estarão reunidos no próximo dia 28/11 para a Reunião Conjunta das Câmaras Setoriais de Florestas Plantadas (CSFP) da Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que acontece às 14h30, na Fieb (Stiep). Entre os temas da reunião, destaque para o lançamento local do Plano Nacional de Florestas Plantadas, por Wilson Vaz de Araújo, Secretário de Política Agrícola do MAPA. Este encontro faz parte de uma série de atividades programadas pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) para a sua participação na Fenagro 2018, que acontece no Parque de Exposições de Salvador (BA), de 24/11 a 02/12.

O PlantarFlorestas tem como meta aumentar em dois milhões de hectares a área de cultivos comerciais. O documento apresenta ainda um diagnóstico do setor, com os principais aspectos ambientais, sociais e econômicos. O Brasil tem 8 milhões de hectares de árvores plantadas, além de conservar e preservar outros 5,6 milhões de hectares de áreas naturais nas formas de Áreas de Preservação Permanente (APPs), áreas de Reserva Legal (RL) e áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPNs). As áreas certificadas por entidades nacionais e internacionais, reconhecidas ferramentas para a gestão florestal ambientalmente responsável, socialmente adequada e economicamente viável, somam 5,8 milhões de hectares. O setor, em 2017, respondeu por 14,6% dos valores exportados pelas empresas brasileiras do agronegócio e 5,3% do total comercializado com o mercado externo de todas as empresas brasileiras.

O setor, além dos aspectos econômicos, gera impacto positivo no que diz respeito ao meio ambiente, compromisso social e qualidade de vida. Árvores plantadas são cultivadas atendendo a planos de manejo sustentável que tem como objetivo reduzir os impactos ambientais e promover o desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas. Plantadas para evitar a pressão e degradação de ecossistemas naturais, as florestas contribuem ainda para o fornecimento de biomassa florestal, lenha e carvão de origem vegetal.

O segmento também tem grande participação na balança comercial. Em 2017 as exportações só ficaram atrás do complexo soja, de carnes e do setor sucroalcooleiro. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o país lidera o ranking de produtividade florestal, com média de 35,7 m³/ha/ano, o que representa quase duas vezes mais do que a produtividade dos países do hemisfério norte. A área com florestas plantadas ocupa apenas 1% da área do país, mas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais.

Câmaras Setoriais – A reunião, coordenada por Walter Vieira Rezende (Presidente da CSFP), tem também como destaque o Plano Safra 2018/2019; a proposta de estratégia de atuação em Biomassa Florestal (Nathália Granato – IBÁ); a Certificação Florestal – Oportunidades para a Indústria Florestal (Jorge Emanuel Reis Cajazeira); o apoio aos PMEs do setor madeireiro; e o design, a tecnologia e a inovação da madeira.

“Interessa às entidades governamentais e empresariais da Bahia a atração de investimento nas boas oportunidades que o estado oferece, devido às suas condições de solo, clima, espaço e oferta de terra. Também interessa a todos a promoção, a nível nacional e internacional, do maior evento do segmento do Norte/Nordeste e um dos cinco mais importantes do Brasil, a Fenagro”, explica o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade.

A CSFP, além das Estaduais Florestais (incluindo a ABAF) é composta por representantes de diferentes órgãos governamentais, empresariais, agentes financeiros e da academia, como MAPA; Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Sebrae; Banco do Brasil (BB); Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef); Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), dentre outros. Para a reunião também estarão presentes representantes da Seagri, Fieb, Faeb, Senar, Moveba, Sindiscam e Sindpacel.

“A Câmara é um importante fórum de discussão entre os diversos elos das cadeias produtivas, reunindo entidades representativas de produtores, empresários, instituições bancárias e de outros parceiros no setor, além de representantes de órgãos públicos e de dirigentes governamentais. Nos encontros são discutidas questões que possam interferir no desenvolvimento do setor produtivo e afetar a renda do produtor rural, no sentido de indicar e apontar soluções, desde a produção até a comercialização”, informa Andrade.

Estande na Fenagro – Além dessa reunião, a ABAF está programando uma série de atividades inclusive no estande de Florestas Plantadas que faz parte do setor de cadeias produtivas da Seagri na Fenagro. No estande, a ABAF promove o ‘Programa Ambiente Florestal Sustentável’ (PAFS) e divulga dados do setor florestal na Bahia.

O PAFS vem trabalhando (desde o 2015) temas relativos à educação ambiental em comunidades rurais no Sul e Extremo Sul da Bahia, como: Uso Múltiplo da Floresta Plantada; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)/Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC); Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal e Programa Fitossanitário de Controle de Pragas.

Após intenso trabalho em quase três anos, o PAFS percorreu 180 mil quilômetros; realizou 150 treinamentos em aproximadamente 140 comunidades; instruiu e orientou cerca de 5,5 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região e estudantes. “O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB; Sindicados Rurais da FAEB/Senar; e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente. Acreditamos que a responsabilidade de uma produção rural sustentável tem que ser de todos nós”, informa Paulo Andrade, coordenador do programa.

“Além de informar sobre esses oito importantes tópicos para a diversificação e sustentabilidade da atividade agropecuária, o objetivo da ABAF é estimular a produção e processamento da madeira plantada na Bahia que ainda não produz (e processa) o suficiente e muito disso se dá pela falta de conhecimento sobre o setor. Trabalhamos, inclusive, para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda por móveis, peças e partes de madeira na Bahia – hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros. Em resumo, a atividade adicional com plantio de eucalipto aumenta a renda do produtor, reduzindo o risco de concentração em uma só cultura e, no município gera renda, emprego, impostos e demanda por produtos e serviços”, acrescenta Wilson Andrade.

Outras atividades – A ABAF também coordena das 9h às 12h, em 28/11, na Fieb, a reunião das Associações das Estaduais Florestais e a reunião do Grupo de Comunicação Ibá/ABAF. Na manhã de 29/11 está planejada visita técnica à Bahia Specialty Cellulose/Copener (BSC/Copener) – maior produtora de celulose solúvel especial com alto teor de pureza obtida a partir da madeira de eucalipto da América Latina. O grupo das Estaduais Florestais é composto por nove entidades que representam o setor florestal no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Groso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia – todos associados da Ibá que representa o segmento junto às instituições mundiais que tratam do conhecimento, das tendências e das políticas públicas para o setor de florestas plantadas.

A ABAF – A indústria de base florestal usa a madeira como matéria-prima, com destaque para a produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. A madeira utilizada é plantada e é matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente, à biodiversidade e à vida humana. A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores, e tem como meta primeira contribuir para que o setor se desenvolva sobre bases sustentáveis. Atualmente tem como associados: Aepes, Aiba, Aspex, Assosil, BSC, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Fibria, Floryl, JSL, Komatsu, Ponsse, Proden, Sineflor, Stora Enso, Suzano, Veracel e 2Tree.