30.04.19

ABAF participa do workshop “Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) promovido pela Seagri e Embrapa

A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) é uma das apoiadoras do workshop “Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) que acontece no auditório da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), das 8h às 17h, em 9 e 10/5. O evento é uma realização da Seagri com a Embrapa e tem como público-alvo técnicos e extensionistas, proprietários rurais e empresários da cadeia produtiva de carne, leite e do setor florestal, além de estudantes de graduação e pós-graduação (veja a programação abaixo e/ou anexo). Inscrições gratuitas em: workshop.ilpf@seagri.ba.gov.br.

O sistema ILPF é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Este sistema busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade. Com isso reduz a pressão sobre novas áreas com vegetação nativa, tem-se manutenção da biodiversidade e sustentabilidade da agropecuária, melhoria do bem-estar animal em decorrência do conforto térmico e melhor ambiência, maior eficiência de utilização de recursos naturais, redução da sazonalidade do uso da mão de obra e geração de empregos diretos e indiretos.

Este é um dos temas que a ABAF vem defendendo inclusive com o Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) que trabalha temas relativos à educação ambiental em diversas comunidades rurais. Os outros temas são: Uso Múltiplo da Floresta Plantada; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais (Código Florestal/ CAR/ Cefir); Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal; e Programa Fitossanitário de Pragas.

“Além de informar sobre importantes tópicos para a diversificação e sustentabilidade da atividade agropecuária, o objetivo é estimular a produção e processamento da madeira plantada. A Bahia ainda não produz (e processa) a madeira plantada suficiente para atender a demanda do estado e muito disso se dá pela falta de conhecimento sobre o setor. Trabalhamos, inclusive, para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira para uso múltiplo, visando o atendimento da demanda por móveis, peças e partes de madeira na Bahia – hoje atendida, na sua maior parte, por outros estados brasileiros”, diz Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF.

Desde o seu início, o PAFS já percorreu mais de 132 mil quilômetros; realizou 173 treinamentos em 158 comunidades; instruiu e orientou mais de 6,8 mil produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas, da região e estudantes. “O resultado tem sido muito positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Seagri e ADAB; Sindicados Rurais da FAEB/Senar e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente”, informa Paulo Andrade, coordenador do programa.

O setor florestal – Detentor de 700 mil hectares plantados principalmente com eucalipto, a Bahia está entre os líderes do ranking de área florestal plantada. Baseada nas condições edafoclimáticas e na avançada tecnologia aplicada pelos produtores e empresas, a produtividade dos plantios baianos (em determinadas regiões) ultrapassa 45 m³/ha/ano (acima da média nacional). A Bahia possui 730,5 mil hectares de florestas certificadas (áreas de produção e de remanescentes nativos) voluntariamente pelas empresas através do sistema FSC e/ou CERFLOR. Estima-se que entre 500 mil hectares com ecossistemas florestais nativos no estado são destinados à proteção e preservação ambiental. Deste total, as empresas associadas da ABAF contribuem com 381 mil hectares, o que representa cerca de 88% do total. Em resumo, o setor tem 0,7 hectare preservado para cada hectare de produção, portanto bem acima do exigido pelo Código Florestal brasileiro.

Além disso, a área com florestas plantadas no Brasil ocupa apenas 1% da área do país, mas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais. Atualmente, de acordo com dados do IBGE, a área cultivada chega a 10 milhões de hectares, principalmente com eucalipto, pinus e acácias.

O segmento tem grande participação na balança comercial brasileira, sendo que no ano passado, as exportações só ficaram atrás do complexo soja, carnes e setor sucroalcooleiro. Isto também se repete na Bahia. De acordo com a Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), o setor de base florestal continua disputando a liderança entre os maiores exportadores do estado e é o que mais contribui com o saldo da balança comercial, pois exporta muito e importa pouco. Em 2017, por exemplo, ficou tem terceiro lugar, com vendas externas na ordem de US$ 1,27 bilhão e com um índice de 15,7% do total exportado pela Bahia (em 2015 e em 2016 ocupou o primeiro lugar).

Tudo isso também se dá porque o setor de base florestal tem alavancagem de diversos outros segmentos que demandam madeira nos seus processos produtivos, a exemplo da construção civil, da indústria de papel e celulose, a metalúrgica, energia de biomassa, a secagem de grãos do agronegócio, madeira e móveis, entre outros. Isso faz com que, mesmo com a redução de economia nacional (e do estado), em 2015 e 2016, o setor de base florestal continuou crescendo em referência a empregos, exportações e investimentos. Além disso, o setor investe em quatro regiões distintas da Bahia e isso contribui para a desconcentração da atividade econômica no estado (as plantações florestais na Bahia estão localizadas no Sul, Sudoeste, Litoral Norte e Oeste). “Este ano também comemoramos 15 anos e o fortalecimento de nossa própria atuação, com quase 40 representatividades nos mais importantes fóruns ambientais, econômicos e sociais a nível regional, estadual e nacional. Estas participações nos possibilitam a defesa dos interesses da silvicultura e de nossos associados, além de uma atuação coerente e alinhada com o desenvolvimento sustentável do estado”, completa Andrade.