img3Hoje o produtor rural possui opções para diversificar a atividade na propriedade. A cada dia, a área deve render o máximo possível e para recuperar o solo e neutralizar o efeito estufa, o sistema ILPF- Integração Lavoura, Pecuária e Floresta é uma grande alternativa.

O Brasil possui 851 milhões de hectares, sendo que 58% são de vegetação nativa, 11% são de cidades e 30% são destinados a agricultura, pecuária e floresta plantada, mas desse total, apenas 0,8% corresponde a florestas plantadas. Portanto, é um mercado que tem muito para crescer.

Segundo o pesquisador da Embrapa, André Dominghetti, em breve teremos déficit de madeira. “Devemos mudar a mentalidade do produtor, ganhar competitividad e, qualidade e uso consciente do meio ambiente”, ressaltou.

O sistema ILPF tem diversas vantagens, como controle de pragas e doenças, recuperação de áreas degradadas, diversificação dos sistemas de produção, eficiência no uso dos recursos, aumento da renda do produtor e conservação de recursos naturais (solo e água).

A floresta plantada gera diversos produtos, dentre eles estão a celulose, painéis de madeira industrializada, serrados, compensados, carvão vegetal, lenha, etc. A celulose e os compensados são consumidos em maior parte pelo mercado externo, sendo 58% e 47% da produção respectivamente. Os demais produtos são consumidos pelo mercado interno.

O setor de celulose e papel prevê um ano severo em 2015, tendo a expectativa de em 2016 melhorar os resultados econômicos, de acordo com dados da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ, 2014). O programa REINTEGRA, é uma grande expectativa na melhoria das políticas de governo com relação ao incentivo à exportação e à redução de tributos, que devolve aos empresários uma porcentagem do valor exportado em produtos industrializados. O benefício é um importante estímulo às exportações e os 3% conseguidos pelo setor de celulose e papel permitem melhor competitividade mundial. No entanto, há perspectiva de reajuste de 6% para 2015.

Segundo dados da IBÁ, se manter as médias nacionais de crescimento da produção de 5,2% ao ano para celulose e de 2,3% ao ano para o papel, observadas nos últimos nove anos entre 2005 e 2013, a expectativa é de que sejam produzidas 16,7 milhões de toneladas de celulose e 10,9 milhões de toneladas de papel em 2015. Já para o setor de painéis de madeira industrializada, mantido o crescimento médio de 8,4% ao ano (IBÁ, 2014), a previsão para 2015 é que sejam produzidos 9,3 milhões de m³.

Os produtos das florestas plantadas também podem ter mais valor agregado, como acontece no segmento de madeira serrada que engloba pisos, portas, janelas, molduras, esquadrias, revestimentos, partes e peças de móveis. Esse setor mantém uma média anual de crescimento de 0,5% (IBÁ, 2014). Caso este cenário se mantenha, a expectativa para 2015 é produzir de 9,49 milhões de m³ de madeira serrada no Brasil.

Em 2015, as exportações devem subir, pois a recuperação dos países comprados deve aquecer o mercado. Os Estados Unidos, que está entre os principais países importadores, além de Arábia Saudita, China, Vietnã e Tailândia, indica que o mercado de madeira serrada de pinus é promissor para os produtores rurais que investirem na produção de toras com maiores diâmetros.

O carvão vegetal é um dos redutores energéticos mais importantes da indústria siderúrgica nacional, produzido principalmente no estado de Minas Gerais (80%). Ele também é produzido no Maranhão, Pará, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo (IBÁ, 2014).

Em 2014, o saldo da balança comercial dos principais produtos florestais foi positivo em relação a 2013. Os produtos que merecem destaque, são os painéis de madeira, com variação de 46,6% só nos primeiros nove meses deste ano, seguido de papel e celulose, com variação no período de 14% e 2,3%, respectivamente. Os bons resultados do setor de painéis de madeira devem-se ao aumento da exportação do produto em 26% e à queda das importações em 32,2%, de janeiro a setembro passado.

A celulose foi o produto que apresentou maior aumento de produção este ano. Até setembro, foi registrado resultado positivo de 7,7%, seguido dos painéis de madeira e papel, com variação de 2,3% e 0,4%.

Todo esse cenário só deve animar o produtor em investir na silvicultura, além de recuperar o solo, pode ser uma grande alternativa econômica. Segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Brasil possui 172 milhões de hectares de pastagens, sendo que 77% da área tem pouca ou muita degradação. Dominghetti afirma que se deve optar em cultivar a soja a cada quatro anos e com 12 anos fazer um corte raso das árvores para aproveitamento da madeira. Em curto prazo melhora-se o solo, recuperando áreas antes degradadas, concluindo alguns ciclos de soja com êxito e chegando ao final do período mínimo para silvicultura com matéria-prima de qualida de .

Utilizar esse sistema de ILPF tem o objetivo de otimizar a produção por unidade de superfície, respeitando sempre o princípio de rendimento contínuo, principalmente, por meio da conservação/manutenção do potencial produtivo dos recursos naturais renováveis.

A escolha da espécie do eucalipto é muito importante, pois pode fazer toda a diferença, há mais de 700 variedades. A escolha correta influencia na adaptabilid ad e, velocidade do crescimento e produtivi da de.

Em alguns países há diversos usos para o eucalipto, nos Estados Unidos é usado para postes de eletrificação, no Chile na construção civil, na Itália e Costa Rica na movelaria e energia.

(Fonte: Rural Centro)