Para
marcar o Dia Internacional da Biodiversidade, neste 22 de maio, a Bracell
publica a versão atualizada de seu Manual de Avistamento de Animais Silvestres.
“A edição anterior trazia apenas mamíferos. Esta vem com informações também
sobre diversas espécies de aves e répteis, inclusive algumas raras, endêmicas e
ameaçadas de extinção encontradas nas áreas da Bracell”, explica o biólogo Igor
Macedo, especialista ambiental e coordenador do Programa de Monitoramento da
Biodiversidade para a Conservação da Fauna e Flora. Dentre as espécies
catalogadas, estão a surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta), a maior serpente
peçonhenta das Américas, podendo atingir até 4,5 metros, e também o briba de
folhiço (Coleodactylus meridionalis), um dos menores lagartos do mundo.
O manual é um dos frutos do programa de monitoramento, iniciado em 2014. “Graças
a esta iniciativa, já identificamos em nossas propriedades 801 espécies
nativas, sendo 452 da fauna e 349 da flora”, informa Igor. Segundo ele, o
trabalho é executado com métodos e ferramentas específicos para o monitoramento
de características bioindicadoras da flora, herpetofauna (répteis e anfíbios),
avifauna (aves) e mastofauna (mamíferos).
Já disponível no site da Bracell para download, o manual serve como fonte de
consulta para que as equipes da Bracell identifiquem facilmente as espécies
avistadas durante a realização de suas atividades, contribuindo para o
mapeamento da presença destes animais. O manual também será distribuído
juntamente com um bloco de fichas para cadastro de animais avistados pelos
colaboradores.
Além de fotos, o manual traz informações básicas sobre habitat, alimentação,
reprodução, comportamento, status de conservação, períodos de atividade e
potenciais riscos de acidente no contato com as pessoas. O manual é também como
fonte de curiosidades sobre a fauna da nossa região.
Sobre o Programa de Monitoramento
O Programa de Monitoramento da Biodiversidade para Conservação da Fauna e Flora
tem como objetivo entender os impactos da operação florestal na vegetação e na
vida animal, sugerindo estratégias de manejo sustentável. O trabalho é
realizado anualmente, com duas campanhas de campo em cada área, para coleta de
dados da fauna e da flora, utilizando técnicas de busca com observações,
mensuração e gravações ao longo de ambientes de florestas nativas e plantadas.
Igor Macedo diz que “os principais resultados até o momento são o registro e
conhecimento de espécies endêmicas, ameaçadas e raras em nossas áreas e o seu
comportamento de distribuição. A partir destes dados, a Bracell toma medidas
adicionais de proteção das espécies na execução das atividades florestais,
incentiva pesquisas científicas por outras instituições, e define estratégias
de segurança mais eficientes de combate à caça e à retirada ilegal de madeira”.
A equipe de monitoramento é composta por cinco pessoas. Sob liderança de Igor,
que é especialista em herpetofauna, atuam no programa Lucas Passos,
especialista em avifauna, e Matheus Carvalho, especialista em mastofauna, ambos
da empresa Biobahia, Nayara Gomes, especialista em botânica da empresa Nanay
Bio, e o auxiliar de pesquisa Davidson Medeiros. O programa conta com parcerias
com pesquisadores e professores de instituições como Universidade Federal da
Bahia (Ufba), Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Estadual de
Feira de Santana (UEFS) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB),
que contribuem para a identificação de espécies.
Respeito à biodiversidade
O respeito à biodiversidade é um dos norteadores do planejamento a execução das
atividades da Bracell. “É impossível pensar em biodiversidade levando em conta
apenas um de seus aspectos. Ela é o resultado de uma complexa teia de fatores
inter-relacionados como vegetação, água, solo, ar e fauna. Da mesma forma, a
atividade florestal é desenvolvida a partir do cruzamento de uma série de
aspectos naturais e técnicos complementares com os quais ela interage
permanentemente”, explica Bruno Felix, gerente sênior florestal da Bracell.
A empresa maneja suas florestas de modo que suas propriedades ofereçam
condições ideais à presença de múltiplas formas de vida. Isso inclui a pesquisa
do material genético adequado ao plantio e colheita da madeira de eucalipto, da
manutenção dos remanescentes de mata nativa à recuperação de nascentes e da
mata ciliar, do controle biológico de pragas ao monitoramento de fauna e flora
silvestres, dos investimentos em tecnologia a projetos de educação ambiental
para as comunidades vizinhas.
“A natureza de nosso negócio nos permite aprender bastante sobre o
comportamento de centenas de espécies de animais e plantas silvestres. Assim a
tomada de decisões sobre nossas atividades baseia-se na preservação ambiental
em todas as etapas do processo produtivo”, acrescenta Bruno.