FLORESTAS PLANTADAS SÃO ALIADAS NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

As florestas têm um papel fundamental na mitigação da mudança do clima, especialmente por remover e estocar carbono nas florestas e nos produtos, além de evitar emissões ao prover produtos e serviços de origem renovável, em detrimento aos de origem fóssil ou não renovável. Representante do setor na Bahia, a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) está apoiando a realização da Semana do Clima da América Latina e Caribe (Climate Week) que acontece em Salvador de 19 e 23 de agosto. Promovido pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC) e apoiado pela Prefeitura de Salvador, o encontro regional na capital baiana antecede a reunião do clima da ONU, a COP-25, que será em dezembro, no Chile.

O setor de florestas plantadas no Brasil tem hoje 7,8 milhões de hectares de plantações com finalidade comercial.  E, para cada hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare foi destinado à conservação. Estima-se que o estoque de CO2 equivalente do segmento, incluindo área cultivada e área plantada, seja de 4,2 bilhões de toneladas. Vale reforçar que as florestas em pé, sejam elas cultivadas ou naturais, têm um enorme valor. Remoção de carbono, regulação do fluxo hídrico, conservação do solo, entre outros serviços ambientais são fundamentais para produção agrícola e para qualidade de vida. 

A Bahia possui 660 mil hectares de plantações florestais e 440 mil hectares de florestas nativas destinadas à preservação ambiental  (preservadas pelas empresas e produtores). Em resumo, o setor no estado também tem mais de 0,7 ha preservado para cada hectare de produção. “O setor na Bahia, incluindo plantios florestais e áreas preservadas, sequestra algo em torno de 363 milhões de toneladas de carbono”, acrescenta o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade.

Para ele, existe ainda outro importante benefício climático gerado pelo setor: o uso de produtos de base florestal também pode evitar ou minimizar o uso de produtos baseados em fontes fósseis ou não renováveis, evitando emissões ao longo de diversas cadeias produtivas. Além disso, os produtos de base florestal mantem o carbono estocado ao longo de sua vida útil.

Andrade ainda chama a atenção para o Plano Nacional de Florestas Plantadas (PlantarFlorestas), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que prevê – entre outros objetivos – o aumento em 2 milhões de hectares a área de cultivos comerciais em áreas antropizadas, dentre elas pastagens e áreas sem vocação agrícola, mas boas para plantios florestais.

“Com isso, esses novos plantios florestais contribuirão ainda mais para a mitigação de mudanças climáticas. Se bem planejados e implantados, como o plano prevê, esses 2 milhões de hectares podem ainda prover outros serviços ecossistêmicos interessantes, com conservação de solos e água. Tudo isso de acordo com as diretrizes de sustentabilidade que o setor florestal já trabalha. Devemos ainda considerar o compromisso brasileiro, nos acordos mundiais de combate às mudanças climáticas, de plantio ou replantio de 12 milhões de hectares de florestas e mais 5 milhões de hectares no modelo Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)”, completa. 

A ABAF representa as empresas de base florestal do estado e seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. A indústria de base florestal usa a madeira plantada como matéria-prima para diversos produtos. A madeira utilizada é matéria-prima renovável, reciclável e amigável ao meio ambiente. Associados: Aiba, Aspex, Assosil, Bracell, Caravelas Florestas, ERB, Ferbasa, Floryl, JSL, Komatsu, Ponsse, Proden, Sineflor, Suzano, Veracel e 2Tree. Os dados do setor estão reunidos no relatório Bahia Florestal que a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) acaba de lançar e que se encontra disponível no site: http://www.abaf.org.br/sintese-do-setor-florestal-na-bahia/.