A Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (ABAF) está apoiando a 9ª edição do Congresso Florestal Brasileiro (CFB) que acontece de 12 a 15/07. O evento será transmitido de Brasília (DF) com experiência virtualizada em plataforma especializada (online). Além disso, o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade, participa da sessão técnica “Sistemas agroflorestais, agroflorestas, ILPF e a gestão territorial, a regularização ambiental e o uso sustentável de produtos florestais”, em 13/07, das 16h30 às 20h30. Informações e inscrições: https://congressoflorestal-cfb.com.br/.

O CFB é um evento de cunho técnico, científico e político, que se propõe a fomentar o debate sobre o uso sustentável e gestão de florestas nativas e plantadas no país, incluindo os seus desdobramentos na indústria, serviços, comércio, economia, ciência & tecnologia, política, manejo, ordenamento e atuação profissional. A 9ª edição do CFB irá trazer à sociedade e aos profissionais, instituições e empresas que atuam no setor florestal, as inovações e atualizações científicas e tecnológicas, focadas nos desafios e nas oportunidades para a gestão, o uso sustentável, a conservação das florestas brasileiras e o desenvolvimento social.

O programa está organizado em painéis, sessões técnicas e exposição e apresentações de trabalhos técnicos e científicos, baseados nas políticas, planos e instrumentos estabelecidos, em especial, pelo Código Florestal, Lei de Gestão de Florestas Públicas, Política Agrícola para Florestas Plantadas, Política Nacional do Meio Ambiente, abordando soluções para os problemas atuais, como o uso sustentável dos recursos florestais por meio do manejo florestal e silvicultura, visando à sustentabilidade dos produtos e serviços a serem oferecidos à sociedade.

Em sua palestra, o diretor executivo da ABAF vai mostrar o potencial – sob o ponto de vista econômico, social e ambiental – do setor de florestas plantadas, bem como alguns exemplos exitosos de programas que visam contribuir para que este segmento cresça e se desenvolva.

“Trabalhamos por mais florestas, mais empresas, mais fornecedores, mais serviços e produtos florestais. A ABAF, em nome das associadas, desenvolve ações de impacto econômico, social e ambiental, a exemplo dos Dias de Campo (do Programa Mais Árvores Bahia) realizados em parceria com a CNA. Também por meio do Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) buscamos promover a diversificação e sustentabilidade das atividades rurais. O trabalho ainda se dá para a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira no setor – e seu uso múltiplo – para melhor atender a população, além de gerar emprego e renda”, declara Andrade.

Sua apresentação vai demonstrar também que o setor é um dos que mais preserva (ver dados abaixo) e vem estimulando também a restauração florestal que pode ter resultados econômicos e sociais, gerando renda para produtores rurais através da restauração produtiva.

“É preciso estimular o manejo florestal sustentável e todos que se esforçam nesse sentido devem ser compensados. Podemos encontrar este tipo de compensação através do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e no mercado de crédito de carbono. Além disso, áreas protegidas podem ser implementadas para dar renda extra, com mel, extrativismo e sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), entre outros”.

 

Contribuições ambientais

O setor de base florestal planta 1 milhão de árvores todos os dias no Brasil. São 10 milhões de hectares produtivos, nos quais são plantadas, colhidas e replantadas árvores para entregar biossoluções à sociedade. Das árvores tudo se aproveita: tronco, casca, galhos, tocos, além de darem origem a outros produtos não madeireiros, como essências, resinas, mel etc.

A madeira cultivada é matéria-prima renovável de cerca de cinco mil produtos que usamos no nosso dia a dia. São produtos que possuem origem renovável, são recicláveis e biodegradáveis. E vão desde os mais evidentes, como papel e móveis, até produtos de beleza, medicamentos, alimentos e roupas. Outros, porém, estão sendo sempre desenvolvidos numa clara demonstração de investimento em inovação e tecnologia.

Esta área plantada corresponde a cerca de 1% do território do país, mas é responsável por 95% de toda a madeira produzida para fins industriais. Vale lembrar que os plantios florestais são feitos em áreas já antropizadas ou sem vocação agrícola para outras culturas, com zero desmatamento.

Com o uso da técnica de mosaico florestal, as empresas de base florestal intercalam estas áreas com finalidade industrial com mais 6 milhões de hectares destinados para conservação. Isto auxilia na manutenção de um solo fértil, no cuidado com a água e na preservação da biodiversidade.

A Bahia está em sintonia com este cenário nacional. No estado são 618 mil hectares de plantações florestais e 330 mil hectares de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Por aqui são plantadas 250 mil árvores por dia.

As árvores cultivadas têm ainda um papel fundamental na mitigação da mudança do clima, especialmente por remover e estocar carbono nas florestas e nos produtos, além de evitar emissões ao prover produtos e serviços de origem renovável, em detrimento aos de origem fóssil ou não renovável.

PAFS – O Programa Ambiente Florestal Sustentável (PAFS) é uma parceria com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB). Trabalha diversos temas: Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF); Uso Múltiplo da Floresta Plantada/Programa Mais Árvores Bahia; Regulamentação Ambiental das Propriedades Rurais; Preservação dos Recursos Hídricos; Prevenção e Controle de Incêndios Florestais; Controle de Gado nas Áreas de Preservação; Combate ao Carvão Ilegal; e Programa Fitossanitário de Pragas.

Desde sua criação, as equipes do PAFS já percorreram mais de 380 mil quilômetros, realizaram 278 treinamentos em 234 comunidades, orientaram mais de 12 mil estudantes e produtores rurais de frutas, eucalipto, café, entre outras culturas e visitaram mais de 1.400 propriedades rurais no Sul e Extremo Sul da Bahia. O resultado tem sido positivo graças às parcerias feitas com o Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura (Seagri) e ADAB; Sindicatos Rurais da FAEB/Senar; Associação de Produtores de Café, Frutas, Pecuária; e Prefeituras, através de suas secretarias de agricultura e meio ambiente.