Na próxima sexta-feira (11/12), quando celebra-se o Dia do Engenheiro e da Engenheira, o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, participa às 18h do painel “Negócios: retomada da economia no pós-pandemia” que vai contar também com a presença do vice-presidente de habitação de interesse social da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Carlos Henrique de Oliveira. A mediação será de Luiz Sande, Coordenador Estadual do Agronordeste. A transmissão acontece no YouTube do Crea (www.youtube.com/c/CreaBA1).

O painel faz parte das homenagens aos profissionais que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia organizou, este ano, de forma virtual. A programação traz discussões sobre Ensino, Empreendedorismo e Negócios, três importantes pilares no processo de retomada pós-pandemia. Estarão presentes especialistas que estão, em suas áreas de atuação, na linha de frente buscando soluções e melhorias para os processos produtivos. Serão realizados painéis com discussões que permeiam às profissões de Engenharia, que serão realizados também no ambiente digital, entre os dias 9 e 11 de dezembro, sempre a partir das 18h.

“O Brasil já tem uma posição de líder na área do agronegócio mundial. É o celeiro mundial e tende a crescer ainda mais, ampliando seu fornecimento de alimentos, fibras e energia a partir da nossa produção agropecuária. Mesmo com excelentes resultados, tendo um bom mercado interno, terras disponíveis para novos investimentos e uma população carente de trabalho e empreendedorismo, o agronegócio brasileiro ocupa apenas 7% do território nacional. Cabe, portanto, a necessidade de os players nacionais buscarem os fundos de desenvolvimento como o Fundo Comum de Commodities (CFC), da ONU, e muitos outros, para o setor crescer ainda mais. Somos a 8ª economia do mundo e temos apenas 1% das exportações mundiais, mesmo percentual de 15 anos atrás. Há, portanto, uma oportunidade de crescimento para os produtores (pequenos, médios ou grandes) e indústrias, ou seja, para o agronegócio e para o Brasil como um todo”, explica Andrade que é também presidente do Conselho Consultivo do CFC, presidente do Conselho Superior da Associação Comercial da Bahia e diretor da Fieb.

Segundo Wilson Andrade, o setor de base florestal também tem altas perspectivas de crescimento. “Tudo isso porque o setor tem alavancagem de diversos outros segmentos que demandam madeira nos seus processos produtivos, a exemplo da construção civil, da indústria de papel e celulose, a mineração, energia de biomassa, a secagem de grãos do agronegócio, madeira e móveis, entre outros. Isso faz com que, mesmo com a redução de economia nacional, o setor de base florestal continuou crescendo em referência a empregos, exportações e investimentos. Mas precisamos trabalhar para que o mercado atenda as demandas locais por madeira. Temos, aqui na Bahia, ótimas iniciativas no setor de celulose e papel, por exemplo, mas o mercado tem que se desenvolver de forma mais ampla. Precisamos produzir madeira para a construção civil e, por outro lado, mostrar para este segmento que madeira plantada é um ótimo material e pode ser até mais competitivo que os demais”, informa.

O setor – A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) apontou que, no primeiro semestre de 2020, os produtos da indústria de base florestal chegaram a US$ 4,2 bilhões em comercializações com outros países. As vendas para o mercado externo de celulose totalizaram US$ 3,1 bilhões, enquanto de papel somaram US$ 950 milhões e painéis de madeira, US$ 124 milhões.

O saldo da balança comercial do setor atingiu US$ 3,8 bilhões (-25,1%). No período, o setor representou 8,2% das exportações do agronegócio nacional e 4,1% do total do comércio exterior brasileiro. Nos primeiros seis meses do ano, a China seguiu como principal mercado da celulose nacional, adquirindo US$ 1,4 bilhão do produto. A América Latina, por sua vez, é o destino com maior negociação para painéis de madeira (US$ 60 milhões) e papel (US$ 529 milhões).

Um dos destaques no semestre foi a produção de celulose, que mesmo durante um período de pandemia, aumentou sua produção em 5,1% entre janeiro e junho de 2020, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

“Além do setor de árvores cultivadas ser de suma importância na questão ambiental, devido à origem renovável e seu pós uso reciclável e biodegradável, a indústria passou a ser ainda mais reconhecida como essencial para o dia a dia neste período de pandemia. O crescimento de pedidos via delivery e compras por e-commerce trouxe luz à essencialidade das embalagens de papel para transporte seguro de alimentos, remédios e demais produtos. A necessidade de EPIS de profissionais de saúde, como máscaras cirúrgicas, e o aumento de procura por papéis para fins sanitários também reforçaram o compromisso social de toda cadeia de base florestal, uma vez que houve avanço  na produção de celulose no primeiro semestre, mesmo com as empresas operando com número de efetivo reduzido e aplicando protocolos mais rígidos de segurança para garantir a saúde de seus profissionais. Resultado está aí. Um setor que conseguiu cuidar dos trabalhadores, manter empregos e renda, além de prosseguir com a fabricação da matéria-prima para itens indispensáveis”, afirmou Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores.

Painel – Também estão confirmados nomes como Tatiana Dumet, diretora da Escola Politécnica da UFBA; Rafael Gonçalves Bezerra de Araújo, pró-reitor de graduação do Centro Universitário de Graduação Senai Cimatec e Vanderli Fava de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Educação e Engenharia (Abenge). Eles vão participar do painel “Chegou um novo futuro para o ensino da Engenharia?”, com a mediação do presidente do Crea-BA, Luis Edmundo Campos.

O painel “Engenheiro tem DNA Empreendedor” traz o gerente de inovação de uma grande empresa privada no ramo da construção, André Medina, e a gerente de uma multinacional automobilística, Edilene Caparroz, que atuam dentro das suas empresas promovendo a inovação e o empreendedorismo. Este painel será mediado pela engenheira e empresária Karen Daniela, conselheira do Crea-BA.

A data surgiu como forma de homenagear estes profissionais, lembrando o Decreto de Lei nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933, que regulamenta e oficializa as profissões de Engenheiro, Arquiteto e Agrimensor no Brasil.