Em 06 de agosto de 2015, às 16h, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e o Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia (Sindpacel) realizaram o lançamento do Relatório Ibá 2015 e do anuário ABAF – Bahia Florestal 2015 -, que mostram um panorama completo da cadeia produtiva de base florestal no estado da Bahia e no Brasil. O evento aconteceu no edifício sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador (BA).

 

Entre as autoridades presentes, o vice-governador da Bahia e Secretário do Planejamento, João Leão, declarou que o setor florestal podia contar com o Governo do Estado em todos os sentidos. “A Bahia precisa de vocês! A Bahia precisa que vocês continuem investindo aqui e que tragam mais investidores. Sou um entusiasta da economia baiana e ainda mais de quem também é entusiasta. E é isso que eu vejo aqui. Quero que a Bahia alcance o primeiro lugar em produção de madeira e, para isso, podem contar comigo. O Estado da Bahia está pronto para dar o incentivo de financiamento que for necessário. Este é um setor que me encanta. Se eu fosse mais jovem, com certeza ia entrar nesse negócio”, brincou ao final da fala o secretário.

 

O evento marcou também a assinatura do termo de cooperação de ação ambiental entre a Prefeitura Municipal de Salvador e as entidades ABAF e Sindpacel que doaram 10 mil mudas de espécies da Mata Atlântica. Com isso, a Secretaria Cidade Sustentável (SECIS) pretende dar continuidade às ações de plantio de mudas em Salvador, visando a ampliação da cobertura vegetal da cidade e, consequentemente, a melhoria da qualidade do ar e do paisagismo urbano. O projeto da SECIS prevê o plantio de milhares de árvores num único dia, em setembro de 2015, em diversos locais da cidade, juntamente com a sociedade.

 

Após a assinatura do termo de cooperação, o Secretário da Secretaria Cidade Sustentável, André Moreira Fraga, agradeceu a contribuição das entidades no esforço para devolver mais arborização à cidade. “Este é um trabalho que faz parte do plano de recuperação da Mata Atlântica em Salvador. Pretendemos plantar 100 mil mudas até o final de 2016 e é muito importante poder contar com as entidades do setor florestal nesse desafio”, declarou.

 

“Nós temos que acordar bem, ver uma paisagem bonita que transmita saúde e bem-estar, o que se resume, sem dúvida, em sustentabilidade. Numa cidade arborizada, vive-se bem melhor. E faz parte da nossa visão contribuir com ações que tenham a ver com o meio-ambiente, com a sustentabilidade e com a multiplicação de árvores. As ações da Abaf estão muito voltadas para as regiões rurais, o que é muito bom porque descentraliza o desenvolvimento, a geração de emprego etc. Mas, pela primeira vez, temos a oportunidade de contribuir para o reflorestamento gradual, e que esperamos que seja continuado, em Salvador. A preservação faz parte do nosso negócio. As empresa do setor preservam quase 500 mil hectares de matas nativas no interior do estado e essa é uma ótima iniciativa para contribuirmos em Salvador”, declarou o diretor-executivo da ABAF, Wilson Andrade.

 

Estiveram presentes, entre outras autoridades: o vice-governador da Bahia e Secretário do Planejamento, João Leão; o Secretário Estadual da Agricultura, Paulo Câmera; o Secretário da Secretaria Cidade Sustentável, André Moreira Fraga; Oziel Oliveira, diretor geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB); Erton Sanches e Flamarion Matos, da ASPEX (Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul da Bahia); Geraldo Machado, superintendente do Senar-BA: João Pedro Bahiana, presidente da Associação dos Jovens Empreendedores da Bahia; Andrea Scherer, coordenadora da Seagri/BA; João Schnitman, presidente do Moveba; Ricardo Alban, presidente da FIEB-BA; Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá); Sérgio Borenstain, presidente da ABAF e diretor florestal da Veracel; Jorge Cazajeira, presidente do Sindpacel; Armando Amorim, vice-presidente da ABAF e diretor de relações institucionais da Fibria; Sabrina de Branco, da BSC/Copener; Mariana Lisbôa, da Suzano; Sérgio Alípio, presidente da Veracel; Major Nathan Rocha, da Polícia de Proteção Ambiental; e Wilson Andrade, diretor-executivo da ABAF.

 

Relatórios

 

No relatório da Ibá encontram-se dados expressivos do setor, como o de área ocupada: com apenas 7,74 milhões de hectares, o que corresponde a 0,9% do território nacional, o setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no País − os demais 9% vêm de florestas nativas legalmente manejadas.

 

“Estes e os demais dados apresentados no Relatório Ibá 2015 são muito importantes para o nosso trabalho, mas precisávamos novamente aprofundar os dados estaduais. E foi o que fizemos com o Bahia Florestal 2015”, explica Sérgio Borenstain, presidente da ABAF, entidade criada há 11 anos e que tem como meta primeira contribuir para que o setor que representa se desenvolva sobre bases sustentáveis, seja do ponto de vista econômico, ambiental ou social.

 

A Bahia destaca-se pela produção de celulose, celulose solúvel, papel, ferro liga, madeira tratada, carvão vegetal e lenha para o processamento de grãos. Estima-se que existam 95 empresas de processamento de madeira. O Bahia Florestal 2015 apresenta a produção e o consumo dos principais produtos de base florestal da Bahia, bem como sua participação no mercado brasileiro. O saldo entre produção e consumo indica que para alguns produtos, a exemplo do papel, móveis, peças e partes de madeira e painéis, existem oportunidades de investimento na Bahia, já que parte do consumo é suprido por empresas de fora do estado.

 

Este anuário, também apresenta importantes dados do setor que está em expansão. Em 2014, o PIB do setor florestal baiano atingiu R$ 9,02 bilhões, apresentando um crescimento de 6,5% comparado ao ano anterior. Com isso, o PIB do setor florestal baiano representou 5,4% do PIB da Bahia. Os tributos arrecadados (municipal, estadual e federal) totalizaram R$ 1,25 bilhão, o que representou 5,3% da arrecadação do total do estado da Bahia.

 

As exportações do setor de base florestal baiano totalizaram US$ 1,67 bilhão em 2014, o que representou 15% das exportações do setor florestal brasileiro. Nesse contexto, os produtos da indústria de base florestal representaram 18% da pauta de exportações do estado, sendo que celulose e celulose solúvel responderam pela maior parte dessas exportações (90%). Os produtos de base florestal ocuparam, em 2014, o primeiro lugar, seguidos pela indústria química e petroquímica – tradicionalmente líderes nas exportações baianas.

 

A balança comercial do setor florestal baiano registrou superávit de US$ 1,64 bilhão, representando 17,9% do saldo da balança comercial do setor florestal brasileiro, enquanto o saldo da balança comercial da Bahia, em 2014, totalizou US$ 28 milhões. Isso demonstra a importância do setor florestal para o superávit comercial no estado.

 

Estima-se que o número de empregos mantidos pelo segmento florestal baiano seja de 323 mil, sendo 40 mil empregos diretos, 101 mil indiretos e 182 mil resultantes do efeito-renda. Além disso, em 2014, o investimento em programas socioambientais da indústria de base florestal, junto às comunidades da Bahia foi de aproximadamente R$ 9,6 milhões. Deste montante, 46% foram direcionados para o desenvolvimento econômico e 21% para o meio ambiente, os 33% restantes foram destinados para programas de educação e treinamento, sociocultural, saúde e outros.

 

Analisando a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nota-se que os municípios com operações florestais obtiveram melhoras significativas nos fatores utilizados para o cálculo do índice: educação, longevidade e renda. Entre os anos de 1991 e 2010 o crescimento do IDH dos municípios florestais foi de 84%, enquanto, o crescimento dos municípios não florestais foi de apenas 63%.

 

Em área de plantio florestal, o ano de 2014 também nos trouxe crescimento na Bahia: totalizou 671 mil hectares, apresentando um crescimento de 6,3% em relação a 2013. Esse total corresponde a apenas 1,2% do território baiano – com destaque para o Sul, Sudoeste, Oeste e Litoral Norte – e ocupou o quinto lugar no ranking de principais estados produtores de florestas no Brasil, representando 8,7% da área plantada total do país.

 

Esta área deve crescer nos próximos anos tendo em vista ainda que a produtividade dos plantios de eucalipto da Bahia é a maior no mundo, principalmente pelas condições edafoclimáticas regionais e pela tecnologia de ponta empregada na cultura. Em 2014, a produtividade média dos plantios baianos de eucalipto atingiu 42 m³/ha/ano, superior à média brasileira e à média de outros importantes países produtores de florestas.

 

Em 2014, a Bahia contou com 549 mil hectares de plantios certificados, o que representou 82% do total plantado no estado. Com isso, a Bahia é o estado que possui a maior razão entre área certificada e área plantada no Brasil. Os outros estados certificaram, em média, 60% dos plantios florestais.

 

Os benefícios ambientais proporcionados pela indústria da árvore plantada também são expressivos em outros números. A indústria de base florestal da Bahia contribuiu para a proteção de cerca de 473 mil hectares na forma de Reserva Legal (RL), Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). As empresas florestais também foram responsáveis pela preservação voluntária de 80 mil hectares, o que representou 17% da área preservada no estado.