Estudos elaborados pelo Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF) e pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) mostram que o fortalecimento do setor será fundamental para cumprimento de metas do Acordo de Paris.

Dois levantamentos produzidos por entidades ligadas à indústria de base florestal relacionam o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris com o fortalecimento do setor. Estudos do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF) e da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), apresentados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam que segmento terá papel fundamental dentro das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa.

O Acordo de Paris, elaborado em 2015 durante a 21ª Conferência das Partes (COP21), foi aprovado pelos 195 países que fazem parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O documento estabelece o compromisso para a redução das emissões de gases de efeito estufa no contexto do desenvolvimento sustentável, com o objetivo de limitar os aumentos da temperatura global.

No Acordo de Paris, o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões dos gases de efeito estufa em 37%, na comparação com os níveis registrados em 2005. A meta deve ser cumprida até 2025.

Uma das medidas propostas para atingir o objetivo é a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de floresta até 2030. Os estudos do FNBF e da Ibá mostram que isso será possível apenas com uma participação ativa do setor de base florestal.

A cadeia relacionada às florestas nativas destaca que o segmento contribui por meio do desenvolvimento do manejo florestal sustentável. A prática prevê a extração de produtos da floresta com os menores impactos possíveis, permitindo a manutenção da estrutura florestal e a sua recuperação, por meio do estoque de plantas remanescentes. A partir do manejo sustentável, a floresta permanece em pé, mesmo com a contínua produção de madeira.

Outro destaque do estudo do FNBF é referente ao uso da madeira de florestas nativas no setor de construção. No entendimento do fórum, um maior uso da madeira em obras poderia contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa pelo segmento. O FNBF, juntamente com a ong WWF e a CNI, trabalha para mostrar as vantagens e as possibilidades do uso da madeira em projetos de construção civil.

Especificamente na cadeia de florestas plantadas, a Ibá informa que as áreas de plantios são responsáveis pelo estoque de cerca de 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono ao ano. O setor ainda gera e mantém reservas de 2,48 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, em 5,6 milhões de hectares em áreas protegidas.

Os estudos das duas entidades ainda revelam que a indústria de base florestal trabalha para a redução na geração de resíduos durante o processo produtivo. O Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal aponta que 99,7% dos resíduos sólidos são mantidos no campo para a proteção e fertilização do solo. O restante é encaminhado para aterros sanitários, atendendo a critérios legais.

No caso das florestas plantadas, a Ibá informa que, em 2016, foram geradas 47,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Deste total, 70,5% vieram das atividades florestais, enquanto 29,5% foram gerados pelas indústrias. Estas vêm aproveitando cada vez mais os resíduos para outros empregos, como o caso da geração de energia. Os resíduos de madeira são usados na queima em caldeiras, por exemplo.

Por Joyce Carvalho com informações da CNI