De 03 a 05 de agosto de 2022, a Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (ABAF), o Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (CEDAGRO/ES) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) realizaram o VI Congresso Brasileiro de Reflorestamento Ambiental – VI CBRA, nas modalidades on line e presencial na Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), em Salvador (BA). O evento, de cunho nacional, teve como tema central a “Potencialização Florestal – tecnologias, estratégias e experiências sustentáveis”, trazendo discussões importantes para o avanço do reflorestamento ambiental no Brasil.

Em sintonia com o tema, o VI CBRA adotou o selo CO2 Free (carbono neutro), através da realização do inventário de emissões de gases de efeito estufa e o respectivo projeto para a compensação dessas emissões (feitos pela Novo Olhar Sustentabilidade) que ocorrerá através do plantio de árvores de espécies nativas do Bioma Mata Atlântica, numa parceria com a Bracell e a Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema).

Temos a grande satisfação de ter alcançado 315 participantes, sendo 200 de forma presencial e 115 virtual, de 102 cidades brasileiras em 17 Estados, que atuam em diversas áreas como professores, pesquisadores, extensionistas, profissionais de empresas, produtores rurais, consultores, dirigentes, estudantes, entre outros. Da mesma forma, a riqueza dos temas e discussões permitiu obtermos uma ótima avaliação na visão dos participantes. Tais resultados são derivados dos esforços da equipe de Coordenação do evento, dedicada a trazer temas importantes e palestrantes de renome, que permitiram uma rica discussão sobre o que é mais atual em reflorestamento, diante de um cenário de destaque como a década da ONU sobre restauração de ecossistemas.

Registramos que as fotos, as informações e as palestras encontram-se disponíveis no www.reflorestamentoambiental.com.br.

 

Palestras

O evento oportunizou a discussão de diferentes assuntos sobre reflorestamento ambiental. Iniciou com uma palestra que tratou dos avanços e desafios do reflorestamento ambiental no Brasil, ministrada pelo Gestor Ambiental Daniel Arrifano, da WWF-Brasil. Foram apresentados os arranjos institucionais da restauração já existentes, associados à necessidade de um maior engajamento da sociedade e setores produtivos para que ocorra escala no reflorestamento ambiental.

O engenheiro florestal Marcelo Schmid, sócio-diretor do grupo Index (Curitiba-PR) abordou o mercado voluntário do crédito de carbono e a necessidade de regulamentações para que o mercado evolua como uma política pública e privada.

A otimização da restauração foi discutida por meio de dois professores universitários de referência no Brasil, com larga atuação em pesquisa e implantação de projetos de reflorestamento ambiental. Sebastião Venâncio (UFV) e Paulo Leles (UFRRJ) apresentaram modelos de restauração de menores custos, como a regeneração natural e a nucleação. Além disso, referenciaram técnicas para reduzir o aporte de recursos na implantação de áreas, como o tipo de muda, adubação, o manejo de plantas invasoras, entre outros.

No segundo dia (04/08), o período da manhã foi dedicado a trazer experiências sobre a restauração produtiva, com geração de renda e emprego no reflorestamento ambiental. Experiências de quatro biomas (mata atlântica, cerrado, caatinga e amazônico) foram apresentados por profissionais de ampla atuação em pesquisa e extensão, integrantes do Incaper e Embrapa. Frutas, condimentos, produtos madeireiros, espécies ornamentais, entre outras, foram referenciadas como produtos de mercado consolidado e potenciais, sempre pautado no binômio restauração e geração de renda de forma sustentável.

Mariana Oliveira (WRI Brasil) se dedicou a apresentar as linhas e fontes de recursos financeiros em reflorestamento ambiental. Quais instituições disponibilizam tais recursos, as taxas aplicadas, se reembolsáveis ou não, foram discutidas e se traduzem em mais um elemento facilitador do reflorestamento ambiental.

O Novo Código Brasileiro foi pauta de discussão em um painel, onde Fernando Castanheira (MAPA) e o advogado Marcelo Mosello apresentaram a situação atual e perspectivas na visão pública e privada, respectivamente. Foram tratados assuntos como a evolução do CAR e PRA, as possibilidades da Lei 12.651/12, como o estabelecimento de cotas de reserva florestal, além das fragilidades jurídicas que afetam o setor produtivo.

No último dia, o Diálogo Florestal Nacional, representado pela Secretária Executiva Fernanda Rodrigues, promoveu uma discussão de como a comunicação pode ser uma ferramenta importante para a superação de desafios no reflorestamento ambiental. Neste tema, apresentou experiências conduzidas pelo Diálogo Florestal, citando como um dos exemplos a plataforma “Diálogo do Uso do Solo”, desenvolvida no Alto Vale do Itajaí e que está avançando na solução de problemas relacionados ao assoreamento de rios e alagamentos em áreas urbanas.

O evento foi finalizado com três abordagens sobre experiências exitosas em reflorestamento ambiental. Patrícia Machado (IBÁ) explorou os resultados da restauração florestal promovidos pelas empresas de base florestal, como 6 milhões de hectares restaurados, o estoque de carbono das empresas e a biodiversidade das áreas de florestas nativas, com 8.310 espécies catalogadas. Por sua vez, Marcos Sossai, Gerente do Programa Reflorestar (SEMMA, ES), discorreu sobre os avanços e características do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A iniciativa capixaba já detém contratos de PSA que somam aproximadamente 10 mil hectares de reflorestamento ambiental e 10 mil hectares de florestas reconhecidas. O tema foi finalizado com a apresentação do engenheiro agrônomo Miguel Calmon (Conservação Internacional, Salvador, BA) que expos as experiências e resultados do projeto Verena, o projeto Conservador das Águas e Conservador da Mantiqueira, além do andamento das ações planejadas pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura.

Ao longo do evento, alguns espaços foram oportunizados para empresas e instituições apresentarem as ações desenvolvidas no reflorestamento ambiental e em outras áreas. Dessa forma, as empresas/instituições Mútua/Ba, STCP, Bracell, Suzano e o Fórum Florestal da Bahia, por meio de seus representantes, ministraram diferentes palestras.

Por fim, agradecemos a todos os participantes do evento, inscritos e palestrantes, aos parceiros, à Fieb pela cessão do espaço e total apoio, às instituições apoiadoras e, sobretudo, aos patrocinadores: Suzano; Confea/CREA; Mutua/BAHIA; Arcelor Mittal; Bracell; Augúrio Construções e Terraplanagem; Ferbasa; Veracel e Banco do Nordeste.

Cordialmente,

 

Wilson Andrade – Diretor Executivo

ABAF – Associação Baiana das Empresas de Base Florestal

 

Gilmar Dadalto – Presidente

CEDAGRO/ES