Na sexta-feira (04/12) será o Dia das Florestas Plantadas na Feira Internacional da Agropecuária – Fenagro, que este ano acontece de 29 de novembro a 6 de dezembro no Parque de Exposições da capital baiana. A Fenagro é uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil e, além do caráter econômico, tem como objetivo chamar a atenção das pessoas em geral para as diversas cadeias produtivas do agronegócio.

Neste dia, às 15h, acontece a reunião da Câmara Setorial de Florestas no estande institucional da Secretaria de Agricultura (Seagri). Na ocasião, será apresentado o balanço do setor de florestas plantadas na Bahia e as perspectivas para 2016. Entre os destaques de 2015, o lançamento do Programa Mais Árvores Bahia – uma iniciativa da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) em parceria com uma série de entidades ligadas à agricultura, indústria e à qualificação de mão de obra. O programa busca incentivar o produtor rural a investir no plantio e manejo de florestas para uso múltiplo com tecnologia aplicada. Prevê a implantação de duas vertentes de atuação, um chamado Projeto Indústria e outro Projeto Produção, em quatro polos na Bahia – Litoral Norte, Sul, Sudoeste e Oeste.

Na sequência, às 17h, em homenagem ao Dia da Finlândia (um dos países destaque em florestas plantadas no mundo e que tem investimentos no setor na Bahia), o diretor executivo da ABAF, Wilson Andrade, faz apresentação sobre a cadeia produtiva como oportunidade de negócios. Para se ter uma ideia, em 2014 o PIB do setor florestal baiano atingiu R$ 9,02 bilhões, apresentando um crescimento de 6,5% comparado ao ano anterior. Com isso, o PIB do setor florestal baiano representou 5,4% do PIB da Bahia. Os tributos arrecadados totalizaram R$ 1,25 bilhão, o que representou 5,3% da arrecadação do total do estado da Bahia.

As exportações do setor de base florestal baiano totalizaram US$ 1,67 bilhão em 2014, o que representou 15% das exportações do setor florestal brasileiro. Nesse contexto, os produtos da indústria de base florestal representaram 18% da pauta de exportações do estado, sendo que celulose e celulose solúvel responderam pela maior parte dessas exportações (90%). Os produtos de base florestal ocuparam, em 2014, o primeiro lugar, seguidos pela indústria química e petroquímica – tradicionalmente líderes nas exportações baianas.

Consulados – Ambas apresentações acontecem no Salão Internacional da Fenagro, instalado no espaço das Cadeias Produtivas. No Salão Internacional, os 34 consulados que operam na Bahia estarão realizando promoção de negócios e cooperação entre empresários exportadores e importadores. Os consulados ocuparão o salão, recebendo seus convidados, autoridades, imprensa e representantes das cadeias produtivas, para apresentarem um pouco da cultura, culinária e enologia dos seus países, ampliando assim as relações de turismo, culturais e de negócios.

“O objetivo do salão é dar à Fenagro, cada vez mais, um caráter internacional, através da atração e do atendimento aos compradores e vendedores que interessam às cadeias produtivas presentes na feira. Os consulados estarão provocando as suas embaixadas e empresários a participarem da feira e dialogarem com os líderes dessas cadeias produtivas, visando negócios”, explica Wilson Andrade, que também é Cônsul da Finlândia e presidente da Comissão de Comércio Exterior da Associação Comercial da Bahia (Comex-ACB).

Uso múltiplo – São várias as razões para que o eucalipto possa ser indicado como alternativa de oferta de madeira para inúmeros usos. No hemisfério norte, por exemplo, o uso múltiplo das florestas e da madeira é muito comum. Numa mesma área plantada, pode-se ter vários padrões de madeira, com vários usos. Em geral, são feitos desbastes periódicos, acompanhando o desenvolvimento da floresta. Tudo isso ajuda a criar uma alternativa para harmonizar a produção florestal rentável com a conservação ambiental.

A produção tradicional de eucalipto no Brasil tem se utilizado do sistema de corte aos 6 ou 7 anos de plantio. O principal mercado dessa madeira são as empresas que a transformam em papel e celulose; carvão vegetal e painéis. Mas seu uso também é observado em muitas outras áreas, como em carpintaria e marcenaria (móveis, portas, janelas, esquadrias, pisos, peças estruturais e revestimentos) e também em energia – já existem projetos de energia gerada a partir de biomassa de eucalipto e de termelétrica movida a cavaco de eucalipto, por exemplo.

Um dos principais fatores que sempre atrasou o emprego bem sucedido do eucalipto em marcenaria e carpintaria foi a abundância de madeiras nativas e seu uso, inclusive, de forma não recomendada. “Por isso, o que se viu ao longo dos anos foi a exploração desenfreada das florestas nativas de todo o território brasileiro. A alternativa viável para substituir a madeira de espécies nativas e atender à demanda sempre crescente é o eucalipto. Excelentes produtividades em amplas áreas plantadas e domínio das tecnologias de produção de sua madeira geram volumes que atendam às indústrias. O uso de madeira é crescente e as florestas plantadas – principalmente o eucalipto – são a solução”, acrescenta Wilson Andrade.