Foto Wilson Andrade_ABAF_m

O representante da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) na Coalizão Empresarial Brasileira (CEB) – constituída por entidades empresariais que atuam no mercado externo -, Wilson Andrade, vai estar  presente hoje (20/06) na reunião com os ministros das Relações Exteriores, José Serra, e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, quando será entregue uma série de propostas para uma recuperação mais consistente do comércio exterior, como uma forma de atenuar a crise no mercado interno brasileiro. Batizado de ‘Agenda Internacional da Indústria 2016’, o documento propõe medidas para a política comercial, como a busca de acordos com países de fora da América do Sul, apoio ao processo de internacionalização das empresas brasileiras e atração de investimentos.

“O objetivo é sugerir uma nova e mais agressiva política de comercio exterior para o Brasil. O setor de base florestal, por exemplo, é predominantemente exportador, sendo na Bahia o principal produto da pauta com cerca de 20% do total exportado. As exportações do setor de base florestal baiano totalizaram US$ 1,67 bilhão em 2014, o que representou 15% das exportações do setor florestal brasileiro. Nesse contexto, os produtos da indústria de base florestal representaram 18% da pauta de exportações do estado, sendo que celulose e celulose solúvel responderam pela maior parte dessas exportações (90%). Os produtos de base florestal ocuparam, em 2014, o primeiro lugar, seguidos pela indústria química e petroquímica – tradicionalmente líderes nas exportações baianas. Além disso, entre as 10 principais exportadoras do Estado, três são do setor florestal (Suzano, Veracel e BSC)”, informa Andrade que é também diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) e presidente da Comissão de Comércio Exterior e Relações Internacionais da Associação Comercial da Bahia (Comex-ACB).

Acordos ambiciosos – “Com a retração do mercado interno brasileiro há a necessidade de uma política comercial internacional mais forte”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. “Também precisamos trabalhar para que o país tenha ambiente confortável que permita atrair investimentos locais. A CNI defende, por exemplo, a conclusão de um acordo ambicioso, em termos de comércio e investimentos, entre Mercosul e União Europeia. Também sugere a definição de uma agenda de negociação com os Estados Unidos, por meio da elaboração de relatório de recomendações entre a CNI e sua contraparte americana, a U.S. Chamber of Commerce. Outra sugestão é o relançamento da agenda comercial e econômica da indústria no Mercosul e o apoio à atualização da agenda do multilateralismo comercial. “Também precisamos nos inserir nos países da Aliança do Pacífico”, diz Abijaodi.

Entre as prioridades apontadas está a conclusão das negociações com o México e o estabelecimento futuro de livre-comércio com o país, assim como a promoção de novos negócios com a Argentina, hoje menos propensa a medidas restritivas. A agenda que será entregue a Serra e Pereira também defende a desburocratização para as empresas exportadoras e estudos que identifiquem barreiras comerciais na China, União Europeia e Estados Unidos. “Essas barreiras são, muitas vezes, difíceis de identificar, mas podem ter um impacto significativo sobre as exportações e os investimentos brasileiros, além de poderem desestimular a entrada de novas empresas na atividade exportadora”, informa o documento.

Boa parte das propostas colocadas no documento depende de ações governamentais, mas a CNI também se propõe a assessorar, prestar consultoria e capacitar empresas para atuar no comércio internacional por meio das entidades coligadas em todo o País. O setor externo tem mostrado sinais de reação, embora os números positivos sejam mais influenciados pela queda das importações por causa da forte recessão que atinge a economia brasileira. Em maio, as exportações brasileiras alcançaram US$ 17,5 bilhões e as importações, US$ 11,1 bilhões. No acumulado do ano, o saldo comercial está positivo em US$ 19,6 bilhões, número recorde para o período. Para o ano todo, o governo projeta um saldo positivo entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões que, se concretizado, será o maior já registrado na história.

 

(com informações do jornal O Estado de S. Paulo)