encontroCom a finalidade de fomentar o desenvolvimento dos pequenos produtores e processadores de madeira, foi realizado na quinta-feira, 18/06, em Teixeira de Freitas (BA), o 2º workshop “Madeira para uso múltiplo – integração de pequenos produtores e processadores”. Parte integrante do Projeto Indústria, do Programa Mais Árvores Bahia, o workshop reuniu o Comitê Gestor local que aprovou o projeto para 2015 e outro com ações complementares para ser executado entre 2016 e 2019 – ambos iniciados no primeiro workshop realizado em 18/03 na cidade.

O Projeto Indústria, que tem como objetivo a implantação de polos madeireiros, começou em Teixeira de Freitas (Extremo Sul da Bahia), onde já existe um projeto piloto de polo madeireiro. Tudo isso sob a coordenação do Sebrae, Moveba/Fieb, Senai, ABAF e parceiros locais que formam um Comitê Gestor (Sebrae Teixeira de Freitas, Suzano, Fórum Florestal, Madeireira Rancho Alegre, Lyptus, Sudic, Amesul, Covre, Senai, Abaf, Aspex, Prefeitura de Teixeira de Freitas e grupo de artesanato).

Para 2015, as ações incluem: mapeamento, diagnóstico, capacitação tecnológica e consultoria gerencial para empresas do setor (serrarias, carpintarias etc); engajamento de serrarias âncoras; fortalecimento do cooperativismo; aplicação do Programa Mais Árvores (CNA); ações de acesso a mercado e crédito e ação estruturante da Amesul. Com base nestas ações iniciais, será definido o programa mais amplo para 2016/2019. Posteriormente o programa também será ampliado para as regiões, considerando suas vocações econômicas.

O objetivo é aumentar a competitividade dos Micro e Pequenos Produtores e Processadores de Madeira (Serrarias e Marcenaria) do Extremo Sul da Bahia, por meio do incentivo à inovação, profissionalização na gestão, melhoria no processo produtivo e sustentabilidade do negócio. De 2016 a 2019, a estimativa é de atendimento de 30 indústrias e 200S silvicultores.

O projeto tem o foco de aumentar o volume de produção em 3% em 2016, 4% em 2017, 5% 2018 e 6% em 2019; aumentar o número de produtores rurais que plantam madeira para múltiplos usos; aumentar o volume de vendas (faturamento bruto em 3% em 2016, 4% em 2017, 5% em 2018 e 6% em 2019); aumentar a renda e a produtividade dos silvicultores; a redução do desperdício; reaproveitamento de resíduos sólidos; estimular a inovação em produtos e processos.

Madeira certificada

O diretor da Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, destacou a importância da iniciativa. “Depois de conhecer os produtores e as suas necessidades, elaboramos um plano de ação para fomentar o desenvolvimento do segmento. Este é o momento de mobilizar parceiros e unir forças em prol dessas melhorias”, explicou.

Para o técnico do Sebrae Teixeira de Freitas, Ismael Trindade, a iniciativa é sinônimo de oportunidade. “Todas as propostas apresentadas buscam aumentar a competitividade dos produtores, microempresas e artesãos, por meio de incentivo a inovação, profissionalização na gestão, melhoria no processo produtivo e sustentabilidade”, detalhou.

No workshop, o professor Joel Felipe, Pró-reitor de Sustentabilidade e Integração Social da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) apresentou o plano diretor para a implantação do Campus Jorge Amado em Itabuna, a ser construído na área da Ceplac, cedida para este fim. Neste plano se aponta para o uso intensivo de madeira tecnificada, tanto nas estruturas construtivas como na mobília. “É intenção da UFSB colaborar com a implantação de uma cadeia produtiva de base florestal que agregue valor aos produtos finais. Nesse sentido, a madeira para usos múltiplos abre perspectivas muito favoráveis”, comentou o professor Joel Felipe.

A UFSB pretende utilizar mecanismos de compras públicas verdes e que incentivem os pequenos e médios negócios da região. O professor Joel apresentou estimativas iniciais de compras de produtos de madeira que vários dos participantes consideraram significativas para a o fomento regional da cadeia de produtos de madeira tecnificada. O professor Asher Kiperstok, decano do Centro de Formação em Ciências Ambientais da UFSB, salientou ainda que a UFSB está discutindo a criação de curso de graduação e pós-graduação em design de produtos e processos que podem abrir novas perspectivas de agregação de valor aos produtos regionais como a madeira e o cacau.

O presidente do Fórum Florestal, Oscar Artaza e o diretor da Aspex, Gleyson Araújo reforçaram a importância da inclusão do tema de compras verdes. “Uma das propostas é que o Estado passe a ser consumidor de madeira plantada para seu mobiliário nas escolas, universidades, institutos e repartições. Dessa forma, o programa é incentivado, ligando o produtor e a indústria. Sem falar que, durante o ciclo de plantio, o estado que incentivar tal manejo, pode e deve justificar o quanto se tem de benefício com preservação e sequestro de Carbono”, declarou o diretor da Aspex.

Estiveram presentes: Lorena Cristina Reis (Senai), Agadema Oliveira Araújo (Coordenadora do Pronatec, da Prefeitura de Teixeira de Freitas), Rogério Quinhones (Professor do Instituto Federal Baiano), Pedro Cardoso (Veracel), Peter Rogers (Bahia Produtos de Madeira), Walter Rittershaussen (Bahia Produtos de Madeira), Joel Pereira Felipe (Universidade do Sul da Bahia/UFSB)), Asher Kiperstok (UFSB), Murilo Bulhões (Seagri), Gleyson Araújo (Aspex), Oscar Artaza (Fórum Florestal), Alonso da Silva (artesão), Ismael Trindade (SEBRAE Teixeira de Freitas), Tatiana de Sá Bittencourt (consultora SEBRAE) e Wilson Andrade (ABAF).

O Programa

O Programa Mais Árvores Bahia é uma iniciativa da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), em parceria com uma série de entidades ligadas à agricultura, indústria e à qualificação de mão de obra. Busca incentivar o produtor rural a investir no plantio e manejo de florestas para uso múltiplo com tecnologia aplicada. Prevê a implantação de duas vertentes de atuação, um chamado Projeto Indústria e outro Projeto Produção, em quatro polos na Bahia – Litoral Norte, Sul, Sudoeste e Oeste.

O Projeto Indústria, conduzido pelo Sebrae e Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia – Moveba/Fieb, visa sensibilizar o público-alvo e formar uma cadeia produtiva estruturada e consolidada nas regiões, através do processamento industrial para uso múltiplo da madeira plantada. Já o Projeto Produção (liderado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia/Faeb e pela CNA) prevê o desenvolvimento local do ‘Programa Mais Árvores’, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil/CNA, na Bahia.

Ambos os projetos do Mais Árvores Bahia contarão com a coordenação local das entidades regionais que agregam os produtores de eucalipto: Aspex (Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul Bahia), Assosil (Associação dos Silvicultores do Sudoeste da Bahia), Sineflor (Sindicato das Empresas Florestais da Bahia que atua no Litoral Norte), e Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, no Oeste).

Parceiros

Para este trabalho, a Abaf conta com os seguintes parceiros: CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Faeb (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Fieb (Federação das Indústrias da Bahia), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), Seagri (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura da Bahia), SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia), Sudic/BA (Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial), Fórum Florestal do Sul e Extremo Sul da Bahia, Aspex (Associação dos Produtores de Eucalipto do Extremo Sul Bahia), Assosil (Associação dos Silvicultores do Sudoeste da Bahia), Sineflor (Sindicato das Empresas Florestais da Bahia), Sindpacel (Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão), Sindimol (Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário do Espírito Santo), Agência da Madeira (PR), Moveba (Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia), UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e UFBA (Universidade Federal da Bahia).