Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale se unem para criar uma empresa totalmente dedicada à restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil. O objetivo da iniciativa é, ao longo de 20 anos, atingir uma área total restaurada e protegida de 4 milhões de hectares de matas nativas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.

Inicialmente chamada de Biomas, a empresa nasce com planos de restaurar dois milhões de hectares de áreas degradadas, a partir do plantio de aproximadamente dois bilhões de árvores nativas, em um modelo de negócios em larga escala. A empresa também conservará e preservará dois milhões de hectares.

A área total a ser restaurada e protegida é equivalente ao território da Suíça ou do estado do Rio de Janeiro. A criação da Biomas foi anunciada durante evento realizado na Conferência do Clima, a COP27, no Egito.

Segundo Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, o investimento na Biomas reforça o compromisso do banco com a agenda ESG. “Temos como meta zerar nossas emissões de carbono, incluindo das nossas carteiras, até 2050, e atuamos em diversas frentes também com o Plano Amazônia. Esta nova iniciativa reforça a nossa jornada para criar soluções que nos possibilitem alcançar os objetivos firmados no Acordo de Paris referente às mudanças climáticas”, diz.

Além dos benefícios ambientais da iniciativa em si, a expectativa do grupo formado pelas seis companhias é contribuir para estimular o desenvolvimento regional e o fortalecimento das comunidades locais com seu envolvimento na cadeia de valor.

“Reunimos a força dessas empresas em uma iniciativa inédita no mundo para promovermos um movimento de impacto positivo, com condições efetivas de gerar e compartilhar valor com comunidades locais e o meio ambiente a partir da promoção de ações de restauração, conservação e preservação”, diz Walter Schalka, presidente da Suzano. “Não há mais tempo para promessas, é hora da ação”, ressalta.

Presidente do Santander Brasil, Mario Leão reforça que os grandes desafios do clima e da biodiversidade demandam ações ambiciosas e atores que tenham capacidade de execução, com qualidade e velocidade.

“Nos juntamos à Biomas com esse objetivo em mente: grandes empresas com uma meta comum, gerando impacto altamente positivo para a floresta, para a economia e para as comunidades locais”, diz Leão.

O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, explica que a mineradora se tornou parceira da Biomas por se tratar de uma iniciativa pioneira que amplia os esforços do setor privado brasileiro para gerar impacto socioambiental positivo em escala.

“A Vale já ajuda na proteção de um milhão de hectares, dos quais 800 mil estão na Amazônia, e se compromete, até 2030, a recuperar e proteger 500 mil hectares de áreas além de suas fronteiras”, diz Bartolomeo, da Vale.

Aporte inicial de R$ 20 milhões de cada empresa

A Biomas contará com um aporte inicial de R$ 20 milhões de cada sócia a serem destinados a dar suporte aos primeiros anos de atividade da empresa. A nova empresa tem como objetivo promover um modelo de negócio sustentável também do ponto de vista financeiro, viabilizando cada projeto de restauração, conservação e preservação a partir da comercialização de créditos de carbono.

Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Marfrig, ressalta que a Biomas contribuirá para tornar a cadeia de fornecimento da gigante brasileira de alimentos mais sustentável por meio da pecuária de baixo carbono, que concilia produção com conservação ambiental.

E mais, diz Pianez: também irá contribuir para a meta de produção 100% livre de desmatamento da Mafrig e para transmitir, aos pecuaristas, melhores práticas ESG.

A aliança lançada na COP27 prevê, entre remoções e emissões evitadas, reduzir da atmosfera aproximadamente 900 milhões de toneladas de carbono equivalente durante o período de 20 anos. Além disso, estima-se que a nova empresa contribuirá para a proteção de mais de quatro mil espécies de animais e plantas.

Na fase 1, identificação e prospecção de áreas

A primeira etapa do projeto consistirá na identificação e prospecção de áreas, fomento a viveiros para produção em escala de árvores nativas, engajamento de comunidades locais nas atividades da empresa, discussão sobre aplicação do projeto em áreas públicas, parceria com plataformas de certificação de créditos de carbono e a implementação de projetos pilotos.

A partir de 2025, o objetivo é ampliar a escala até alcançar a meta de 4 milhões de hectares. A conclusão da operação está sujeita às aprovações regulatórias usuais para este tipo de transação.

 

(com informações de O Globo)