Comemoramos este Dia da Árvore (21/09) reafirmando a importância do setor florestal. Somos o 4º estado em plantios de eucalipto, com 618 mil hectares de plantações florestais e outros 330 mil hectares de florestas nativas destinadas à preservação ambiental. Por aqui são plantadas 250 mil árvores por dia; matéria-prima para fins comerciais.  O setor planta, colhe e planta novamente, somente em áreas degradadas, ou seja, sem desmatamento.

As florestas plantadas são essenciais para a preservação das matas nativas e responsáveis pela produção de quase 5 mil produtos que usamos em nosso dia a dia.

E, para dar conta dessa demanda, comemoramos também com o lançamento da proposta do Plano Bahia Florestal 2023-2033 que será feito nos moldes de outros estudos que alguns estados brasileiros já fizeram, a exemplo do Mato Grosso do Sul (MS) que, em 10 anos, passou de 300 mil hectares de florestas plantadas para 1,3 milhão e acaba de lançar novo planejamento para os próximos 10 anos.

O objetivo do Plano Bahia Florestal 2023-2033 é a atração de novos investimentos para ampliar e fortalecer a cadeia produtiva de florestas plantadas no estado. O plano também irá incentivar investimentos agroindustriais que podem se beneficiar das infraestruturas implantadas em torno da Ferrovia de Integração Oeste – Leste (Fiol) e da recuperação da Centro-Atlântica (FCA) – esta que vai cortar a Bahia de Norte a Sul.

Além disso, pretendemos intensificar o que já temos feito para o uso múltiplo da madeira e a maior inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira no estado da Bahia.

Essa discussão é oportuna no momento em que cresce a demanda por madeira no Brasil e no mundo, possibilitando maior desenvolvimento do setor florestal baiano.

Vale reforçar que a Ibá contabiliza investimentos, em curso, de R$ 60 bilhões no setor, nos próximos três anos. É preciso que a Bahia esteja preparada para atrair parte desses novos investimentos, seja em ampliações ou novas indústrias.

Com isso, poderemos atender a crescente demanda por produtos de madeira, gerando ainda, principalmente no interior, mais empregos qualificados, capacitações, tecnologia, renda, impostos e contribuições ambientais de elevada significância.

Lembramos que o setor tem contribuído – com seus quatro polos de produção – para a desconcentração do desenvolvimento econômico na Bahia. Nossa visão é de que o emprego no interior, nas mais distantes e carentes regiões do estado, vale o dobro, pois gera oportunidades antes não existentes em municípios que mais precisam.

Com o lançamento da proposta, a ABAF pretende construir um grupo forte e diverso para construir o plano de forma conjunta com a FAEB, FIEB, Sebrae, SDE, Seplan, Seagri, Sema, SDR, MAPA/BA, Desenbahia, Banco do Nordeste, entre outros.

A indústria de árvores plantadas para fins produtivos é a indústria do futuro.

 

Artigo ABAF – Jornal Correio* – Setembro 2022

Por Wilson Andrade – Economista e diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF).